Direção: James Clayton
Roteiro: Cooper Bibaud, James Clayton, Danny Mac
Produção: Blaine Anderson, Jonnie Broi, Ryan Ennis, James Clayton, Ross Marroso, Marc Petey, Caterina Scrivano, Evan Tylor.
Distribuição: California Filmes
Gênero: Ação
Idioma: Inglês
Classificação Indicativa: +16
Sinopse
Dirigido e estrelado por James Clayton, o longa canadense acompanha um ladrão, interpretado por Clayton, que, após uma tentativa de roubo que não saiu como planejado, precisa ir até o território de um cartel de drogas para tentar resgatar o seu parceiro sequestrado pela chefe do tráfico e seu impiedoso capanga, conhecido como “O Cowboy”.
Nessa busca, ele se une a um órfão problemático e é perseguido por policiais corruptos e auxiliares, que estão interessados no dinheiro roubado.
Synapse Distribution - Divulgação
Critica
“Velocidade Total” é aquele típico filme categoria B, ou até mesmo C, que não necessita de grande atenção para entendê-lo, tendo uma trama bem linear e rápida. Ao mesmo tempo, ele se torna previsível, pois nunca há nada muito interessante ou novo acontecendo.
Os clichês de um filme de ação estão integralmente na trama, especialmente nos personagens, tanto principais, quanto secundários. Com policiais corruptos, capangas não muito inteligentes, uma chefe de tráfico em busca de vingança, e o cruel Cowboy, brilhantemente interpretado por Lou Diamond Philips, que consegue entregar mais carisma que o próprio protagonista.
Abraçando exagerismos e repleto de frases de efeito e cenas emotivas, que não duram o suficiente para emocionar, é perceptível que o longa quase se coloca como uma sátira de filmes de ação, mas, ainda assim, parece faltar alguma coragem para se colocar como algo do gênero.
Veredito
No geral, é um filme consistente com aquilo que se propõe. Possui cenas de ação que conseguem prender nossa atenção, se tornando um bom passatempo, mas não mais além disso.
“Velocidade Total” está disponível no serviço de streaming Adrenalina Pura+.
Ebon Moss-Bachrach, Pedro Pascal, Vanessa Kirby e Joseph Quinn no filme Quarteto
Fantástico: Primeiros Passos (2025). Reprodução/Divulgação — Marvel Studios.
Depois de anos de espera, finalmente chegou o momento que fãs de Quarteto Fantástico tanto esperavam. Após três adaptações controversas, o novo filme prometia ser uma adaptação mais fiel ao material original, trazendo para as telas a essência dos personagens e da família dos quadrinhos.
Além desse contexto, o longa chega em um momento instável da Marvel, depois de vários lançamentos mal recebidos ou pouco notados pela crítica, como Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania (2023) e Capitão América: Admirável Mundo Novo (2025) — ambos com 46% no Rotten Tomatoes.
Apesar de títulos como Thunderbolts* e Deadpool & Wolverine (2024) terem agradado tanto o público quanto a crítica, a qualidade de Quarteto Fantástico ainda não era uma certeza. Poderia ser um grande acerto, a tão falada“ressurreição da Marvel” e um começo épico para a Fase 6, ou só mais um filme esquecível no meio de tantos outros.
E a resposta, afinal, é que o novo filme do MCU não é nenhuma das duas coisas, nem a ressurreição da Marvel, nem mais um desastre, mas algo no meio do caminho. Quarteto Fantástico: Primeiros Passos entrega uma história familiar que traz sensações boas e resgata bem a essência do grupo.
A história é simples, contém alguns erros relevantes (que eu vou comentar mais adiante), mas tem personagens cativantes, uma dinâmica que funciona e deixa aquele gostinho de “quero mais”. Não porque a história termina em um gancho desesperador, mas porque você realmente gosta dos personagens e pensa: “sim, eu veria outro filme com esses personagens”.
Mas, qual a história desse filme?
Vanessa Kirby, Pedro Pascal, Joseph Quinn e Ebon Moss-Bachrach no filme Quarteto
Fantástico: Primeiros Passos (2025). Reprodução/Divulgação — Marvel Studios.
Nessa trama, acompanhamos essa família de heróis levando suas vidinhas comuns — dentro do possível — até serem interrompidos por uma mensagem da Surfista Prateada, Shalla-Bal (Julia Garner). O aviso é claro: a Terra será o próximo alvo de Galactus (voz de Ralph Ineson), um devorador de planetas.
Diante dessa ameaça, toda a esperança é depositada na família superpoderosa. Mas, à medida que a situação piora, a desconfiança aparece. Como seria em qualquer cenário real, a fé neles é abalada, e cabe a esses heróis reconquistar essa confiança e, claro, salvar o planeta.
Tudo isso acontece em um cenário retro-futurista que, além de ser visualmente lindo, cumpre muito bem o papel de afastar essa história de tudo que já vimos antes no MCU.
O que Quarteto Fantástico: Primeiros Passos tem de tão diferente?
Joseph Quinn, Vanessa Kirby, Pedro Pascal e Ebon Moss-Bachrach no filme Quarteto
Fantástico: Primeiros Passos (2025). Reprodução/Divulgação — Marvel Studios.
“É um filme que dispensa esforço de estudo. Literalmente não tem conexão com nada que já foi feito.”,
disse Kevin Feige em entrevista ao site americano Deadline.
Ao contrário de muitas produções anteriores do MCU, Quarteto Fantástico: Primeiros Passos não tem a pretensão de se conectar a um grande universo de forma direta. Seu foco é apresentar esses personagens e, acima de tudo, essa família. A ideia é conquistar o público não só com explosões ou sequências de ação mirabolantes (que até existem), mas com a dinâmica entre eles.
E é aí que o filme brilha: por mais que ninguém vá passar pelas situações absurdas que eles enfrentam, é fácil se identificar, em algum nível, com as relações e os conflitos dessa família. Seja o desejo de se provar, a desconfiança ou sentimento de solidão, algumas das dores desses personagens poderiam muito bem ser as nossas.
O grupo convence como família
Vanessa Kirby e Pedro Pascal no filme Quarteto Fantástico: Primeiros Passos (2025).
Reprodução/Divulgação — Marvel Studios.
Grande parte disso, claro, vem do elenco. A química entre os atores é o que dá vida à dinâmica familiar, junto com o roteiro, e faz a gente se importar com cada um deles.
Para isso, a Marvel soube escalar muito bem o time: Pedro Pascal (The Last of Us) assume o papel de Senhor Fantástico; Vanessa Kirby (Missão: Impossível – Acerto de Contas – Parte Um) interpreta a Mulher Invisível; Joseph Quinn (Stranger Things) dá vida ao Tocha Humana; e Ebon Moss-Bachrach (The Bear) completa a equipe como o Coisa.
Quanto aos atores deixo aqui meu elogio a Vanessa Kirby, que está simplesmente fantástica, entregando tudo e mais um pouco. Pedro Pascal também não decepciona e o mesmo pode ser dito do resto do elenco.
Embora alguns momentos possam soar forçados, no geral, a dinâmica entre eles funciona e nos faz tanto entender suas questões quanto torcer para que tudo dê certo. Um dos maiores destaques da história é, sem dúvida, o desejo genuíno desses heróis de proteger o mundo.
Outros heróis ou pessoas poderiam fugir, pensar apenas em proteger os seus, mas não eles. Para esse grupo, ou o mundo inteiro é salvo, ou eles morrem tentando. Não por glória ou reconhecimento, mas por pura lealdade àqueles que confiam neles como seus protetores. E é justamente isso que faz com que a gente os admire ainda mais.
A história não dialoga apenas com fãs
Pedro Pascal e Vanessa Kirbyno filme Quarteto Fantástico:
Primeiros Passos (2025). Reprodução/Divulgação — Marvel Studios.
Um ponto que acho bastante interessante é como o filme consegue trazer reflexões importantes. É sempre fácil apontar o caminho certo quando o sacrifício não é seu.
Ainda que algumas escolhas de roteiro sejam preguiçosas e a sociedade que conhecemos ali seja simples demais, o filme entrega uma história capaz de dialogar tanto com os fãs dos quadrinhos quanto com pessoas não tão acostumadas com filmes de heróis.
E, num mundo tão dividido, essa pode ser uma grande aposta, não só em termos de bilheteria, mas também para passar uma mensagem importante de união. No fim das contas, cabe a cada um de nós lutar para proteger não só a nós mesmos, mas a sociedade como um todo. Porque, se o planeta acaba, acabamos todos juntos.
O que poderia ser melhor?
Galactus (voz de Ralph Ineson) vilão do filme Quarteto Fantástico: Primeiros Passos (2025). Reprodução/Divulgação — Marvel Studios.
Vale dizer que toda a trama do vilão é simplória e poderia ter sido mais bem desenvolvida. Mas, considerando que esse não era o foco, o filme entrega o que promete: coloca o protagonismo e a parte relevante da história nas mãos dos heróis, que são trabalhados tanto individualmente quanto como família, ainda que de forma superficial.
Não dá para dizer que conhecemos a fundo todos esses personagens, mas cada um do quarteto tem um traço de personalidade bem destacado. É muito interessante ver o desejo do Coisa de se conectar com outras pessoas, nos impressionamos com as habilidades científicas do Tocha Humana e do Senhor Fantástico, e ficamos de queixo caído com a força e os poderes da Mulher Invisível.
Ainda tem pontos que precisam ser melhorados, como desenvolver mais a personagem da Sue Storm além da maternidade, mas é algo que provavelmente veremos nas próximas produções.
Quanto ao tão criticado CGI, temos algumas questões como sempre, nem tudo ficou perfeito. Especialmente o babyFranklin ficou bem Renesmee de Crepúsculo, o que incomoda, mas não a ponto de estragar a experiência.
Mas, afinal, vale a pena ver?
Ebon Moss-Bachrach, Vanessa Kirby, Pedro Pascal e Joseph Quinn no filme Quarteto
Fantástico: Primeiros Passos (2025). Reprodução/Divulgação — Marvel Studios.
Embora tenha suas falhas, vale definitivamente a pena assistir. É um filme bastante agradável, que traz bastante de ficção científica, diverte e emociona. Matt Shakman entrega uma direção que lembra a sensibilidade de WandaVision.
Não traz nada de muito uau ou novo, mas que ainda assim funciona, entregando personagens cativantes, uma história satisfatória e nos deixando com uma sensação boa de esperança no mundo depois de assistir. Um daqueles filmes que vamos lembrar com carinho, ainda que não como nosso favorito.
"Looney Tunes: O Filme – O Dia em que a Terra Explodiu" é aquele tipo de animação que transporta você direto para uma manhã de 2007, assistindo ao Bom Dia & Cia, com um copo de achocolatado na mão e o riso solto por causa das trapalhadas do Patolino. A sensação de nostalgia é imediata — e o melhor de tudo é que ela vem acompanhada de uma história nova, engraçada e cheia da energia maluca que só os Looney Tunes conseguem entregar.
Dessa vez, os protagonistas são Patolino e Gaguinho, que crescem juntos em uma fazenda sendo criados como irmãos e tendo o fazendeiro como uma espécie de figura paterna. Sim, a gente sabe que isso não faz muito sentido se nos lembrarmos de Baby Looney Tunes, mas convenhamos: no universo de Looney Tunes, a lógica nunca foi prioridade, e tudo bem.
Quando os dois são despejados, acabam se metendo em uma uma missão para salvar a Terra de uma possível invasão alienígena e de um plano absurdo de controle mental. A trama diverte com suas reviravoltas e ainda encontra espaço para abordar de forma sutil temas como o poder da propaganda e a alienação coletiva — tudo sem perder o ritmo nem o bom humor.
Divulgação/ Paris Filmes
O visual também merece destaque: os traços e a estética remetem aos desenhos dos anos 80, reforçando a vibe retrô e acolhedora da produção. É como reencontrar velhos amigos que continuam os mesmos — mas com uma nova aventura para contar.
Apesar de voltado ao público infantil, o filme tem camadas que agradam quem cresceu com esses personagens. As piadas funcionam bem, e os adultos vão captar detalhes que provavelmente passarão despercebidos pelas crianças.
“Looney Tunes: O Filme – O Dia em que a Terra Explodiu” mantém o espírito caótico, exagerado e hilário que a gente tanto ama. É um filme para rir do começo ao fim, sem precisar de grandes explicações.
Se você cresceu assistindo aos Looney Tunes ou quer apresentar essa turma para uma nova geração, essa é a escolha certa. vale a pena assistir, rir bastante e sair com aquele sorrisinho bobo de quem reencontrou um pedacinho da infância.
“Um Pai para Lily”, novo filme da diretora Tracie Laymon, estreou nesta quinta-feira (01/05) e traz uma tocante reflexão sobre os vínculos familiares e a busca por afeto. Confira abaixo nossa opinião em primeira mão sobre essa emocionante produção.
Sinopse: Lily Trevino é uma jovem com uma relação conturbada com seu pai biológico, Robert. Em busca da aprovação dele, ela enfrenta constantes frustrações. Após uma briga causada por um mal-entendido, Lily encontra conforto em uma inesperada amizade no Facebook: Bob Trevino, um homem mais velho com o mesmo nome de seu pai. Essa conexão improvável floresce em uma relação afetuosa e transformadora — algo que ambos precisavam desesperadamente.
Resenha: Comecei a assistir ao filme esperando uma comédia leve, perfeita para relaxar após um dia cansativo. Mas logo percebi que estava completamente enganada. Lily, vivida por Barbie Ferreira (queridinha do público brasileiro), é uma personagem complexa que utiliza o humor como forma de lidar com traumas profundos — como abuso, dependência emocional e baixa autoestima. Sua jornada é cativante e, aos poucos, desperta no espectador o desejo de vê-la bem, de torcer pela sua felicidade.
Synapse Distribution/Divulgação
Bob, o novo amigo — não o pai biológico — é um homem que ainda lida com o luto pela perda de um filho. Inicialmente fechado e racional, ele encontra em Lily uma luz inesperada. A conexão que os dois constroem é pura e comovente, refletindo uma relação de pai e filha que preenche lacunas emocionais profundas em ambos.
O que mais me encantou foi como o roteiro e a direção retratam, com sutileza, o nascimento de uma conexão humana verdadeira — algo raro nos tempos atuais. E tudo isso começa num lugar improvável: o Facebook. A história nos lembra que, mesmo em meio a algoritmos e telas, ainda é possível encontrar afeto genuíno.
Além disso, este mesmo relacionamento trás para ambos uma inteligência emocional, em que aprendem a arriscar, sair da zono e conforto e tentar coisas novas. Infelizmente, Bob não esteve mais neste mundo para ver o quão importante ele foi para Lily e como foi essencial no crescimento da mesma como pessoa.
Synapse Distribution / Divulgação
O roteiro deu uma atenção extras aos detalhes, as indiretas e diferenças de relacionamento entre os Bobs que me chamaram a atenção. Enquanto o pai biológico não prestava atenção em seus poemas, não era presente nos momentos importantes e só se importava com dinheiro e mulheres. O nosso queridinho Bob a ajudou quando necessário, apreciou a produção de Lily e a escutou ativamente, fazendo total diferença na vida dela.
Eu espero que vocês tenham a oportunidade de assistir esse filme com seus amados, sejam amigos, familiares ou parceiros. Vocês irão acompanhar a linda trajetória de Lily se tornando um pessoa melhor e acredite em mim é emocionante. Entre lagrimas e risadas, este filme me conquistou do início ao fim!
Em meio à vastidão gelada de uma floresta assolada pela fome e pela pobreza, um casal encontra aquilo que mudará suas vidas para sempre: um bebê, jogado de um trem em movimento. Essa é a premissa de A Mais Preciosa das Cargas, animação francesa baseada no conto de Jean-Claude Grumberg, que estreia nos cinemas brasileiros em 17 de abril, com distribuição da Paris Filmes.
Logo de início, o longa nos envolve com uma estética visual que remete aos contos de fadas e livros infantis. Os traços suaves, a paleta delicada e a direção de arte criam uma atmosfera encantada, quase mágica. Mas, à medida que a narrativa avança, somos confrontados com imagens duras, que revelam a realidade cruel da Segunda Guerra Mundial.
Divulgação/Paris Filmes
A animação tem um tom agridoce. É uma obra que faz a gente sair da sessão com o coração cheio e apertado. Porque, por trás da poesia visual, há um retrato sincero da guerra — com todas as suas perdas, dores e desumanizações. Ainda assim, o filme escolhe não se deter apenas na tragédia. Ele fala sobre o que ainda pode florescer mesmo nos tempos mais sombrios.
A criança — essa “carga preciosa” — se torna símbolo de esperança. Ela transforma os que a cercam, inclusive aqueles que antes pareciam incapazes de amar. O título faz todo sentido ao final: nenhuma carga poderia ser mais valiosa do que a vida de um inocente.
A Mais Preciosa das Cargas é um convite à reflexão sobre o que realmente importa em tempos difíceis. Sobre o quanto ainda somos capazes de cuidar — não apenas dos nossos, mas também dos outros. Filmes como esse nos lembram que amar, muitas vezes, é o ato mais revolucionário que podemos cometer.
No quinto episódio da série Ninguém Quer, o casal Noah e Joanne estão naquela fase de início de relacionamento, em que tudo parece uma lua de mel, e em que os dois não querem desgrudar um do outro. Eles estão quase o tempo todo juntos, e tudo parece perfeito, até as demandas da vida surgirem e eles terem que enfrentar as demandas externas.
EE essas demandas, além de questões familiares, estão relacionadas principalmente ao trabalho. O episódio já se inicia com uma viagem que o casal programou e que não vai acontecer por conta do trabalho do Noah. E ao invés de serem maduros o suficiente para entender a situação e remarcar a viagem para outro final de semana, eles decidem dar um jeito de continuar juntos e o Noah convida a Joanne para ir junto com ele ao trabalho.
O trabalho consiste em estar junto com os jovens em um acampamento "religioso", pois ele vai substituir seu chefe. O problema é que neste mesmo final de semana surge um jantar de trabalho com pessoas importantes a respeito do podcast, e Joanne decide não ir. Ela deixa a função com sua irmã e vai para o acampamento.
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Tenho que confessar que este episódio me irritou. Em qualquer situação, o fato de alguém deixar o trabalho de lado por outra pessoa (com exceção de filhos) me incomoda. Principalmente uma situação como essa, em que eles teriam qualquer outro final de semana para sair juntos. Ela deixa o trabalho de lado por ele, mas o que acontece no acampamento ? Ele apresenta como amiga, porque está com vergonha de assumir o relacionamento.
Eu entendo os motivos dele e as complicações que podem resultar dessa situação, o fato de que um rabino está namorando com uma moça que não é judia. Mas ele sabia dessa situação desde o início, aceitou namorar com ela porque quis, e de verdade acreditei nos episódios anteriores que ele era melhor do que isso. Mas ele se mostrou como qualquer outro homem que, diante de uma dificuldade, escolhe o caminho mais fácil e cômodo para ele.
E o engraçado de toda essa situação é que quem faz ela perceber a situação é um grupo de adolescentes que está ali, e que ficam indignadas em nome dela, e ficam bravas com o rabino. Ele poderia ter poupado diversas situações se tivesse sido honesto desde o início, e conhecendo a Joanne da forma como a conhecemos nos episódios, por mais que ela fosse ficar chateada ela teria entendido. A questão é que ele ficou escondendo ela no acampamento, e a cena dela toda animada querendo fazer um piquenique do lado de fora e ele insistindo para que eles ficassem do lado de dentro para garantir a privacidade foi ridícula.
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O ponto alto deste episódio foi o aparecimento de uma rabina mulher, e quando Noah vai pedir um conselho para ela sobre essa situação, ela disse que a cultura Judaica tem milhares de anos de ensinamento, e que mesmo com tantas coisas já escritas, novas dinâmicas sempre surgem. E dá o exemplo de si própria, pois até 50 anos atrás não existiam oficialmente rabinas mulheres. E fica subentendido que ela provavelmente passa por diversas situações que são desconfortáveis, porque com certeza deve haver tradicionalistas que não a aceitam como rabina. E digo isso como experiência de causa, porque tem uma amiga rabina mulher que passa por poucas e boas. Pessoas intolerantes e preconceituosas existem em todos os lugares, infelizmente.
Outro ponto que me desapontou do personagem foi o fato de que ele convida a namorada para um acampamento judaico e não explica o básico para ela. A coitada não sabe o que é Shalom, não sabe o que é Shabat, e são conceitos tão básicos que ela fica constrangida ali. As pessoas acolhem e começam a explicar para ela o que significa, mas o Noah não se ajuda hein. A Joanne deixa bem claro que está disposta a conhecer essa cultura nova, não é como se ela fosse fechada a isso. Como que pode ela namorar um rabino, e não saber nada sobre o judaísmo? Noah, melhore por favor.
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Porque convenhamos, se esse relacionamento continuar, ela vai ter que saber alguma coisa. Ou ela vai continuar passando por situações estranhas e constrangedoras.
Os irmãos dos protagonistas tiveram mais uma interação entre si, e confesso que o meu radar de romance continua apitando. Achei que a série não ia mais trazer interações entre eles, mas trouxe e começa a pensar se está desenvolvendo ali só uma amizade ou talvez algo mais.
No quarto episódio da série, intitulado Obliterated, temos o primeiro encontro de verdade do nosso casal Joanne e Noah. As coisas não saem como o esperado, e os dois acabam parando em uma loja de brinquedos sexuais.
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Isso ocorre porque o próximo episódio do podcast das irmãs vai trazer uma convidada especial que criou um vibrador diferente, e como anfitriãs, as irmãs precisam conseguir esse brinquedo para apresentá-lo. Algo acontece, e a missão acaba sobrando para Joanne.
Assim, o encontro dos dois é adiado, e o rabino vai, pela primeira vez, a esse tipo de loja. Como se já não fosse constrangedor o bastante, Noah acaba topando ali dentro um membro conhecido da Comunidade Judaica, que por acaso também faz parte do conselho de direção da Sinagoga em que trabalha.
Fiquei imaginando se fosse comigo, Pois sou professora. E se eu encontrasse um aluno em uma loja como essa? Ou os pais de algum aluno? Ou meus chefes? Dizemos que o mundo está mais evoluído e as pessoas são mais desencanadas, mas ainda há assuntos muito sensíveis, e uma cena dessas nos deixaria bastante constrangidos.
Noah fica preocupado com seu emprego, pois como líder religioso, é esperada uma certa postura ou conduta dele, mas, como Joanne está acostumada com esse tipo de situação (afinal, ela trabalha em um podcast que trata desses temas), ela conseguiu acalmá-lo e melhorar a situação.
Não foi exatamente o primeiro encontro ideal, mas tudo acabou dando certo. E como nos episódios anteriores, tivemos diversas questões trazidas à tona que nos fazem refletir.
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Quando estamos conhecendo uma pessoa nova, deveríamos deixar bem claro o que esperamos um do outro e já alinhar de antemão expectativas? Deveríamos ir com calma e ver o que pode rolar? E se a outra pessoa não quiser um relacionamento sério? E se você estiver servindo como um 'step' porque a pessoa está superando outra? E se você se abrir demais e se tornar dependente emocionalmente do outro? E se você for muito fechado e perder alguma oportunidade?
Apesar de algumas cenas constrangedoras, tivemos algumas cenas fofas da Miriam, filha de Sasha, irmão do Noah. Ela gosta de um menino, e a melhor amiga dela mandou uma mensagem a esse menino contando isso. Gostei da introdução da personagem, e nesse episódio eu quase gostei da Ester, mãe da Miriam. Confesso que ainda não gosto muito dessa personagem, ela parece ser muito chata e intrometida, e confesso que não senti muita química entre os atores que interpretam esse casal.
Aliás, no primeiro episódio, as poucas interações do Sasha com a irmã de Joanne nos trouxe muito mais química, e fiquei imaginando se ao longo da série não rolaria um divórcio e uma subtrama de um novo romance aqui. Mas talvez os roteiristas tenham mudado de ideia, porque acho difícil rolar um divórcio com a introdução de uma filha. Continuo animada pela série, apesar de perceber uma leve diferença do ritmo desse episódio com os anteriores.
No terceiro episódio da série Ninguém Quer, novos detalhes sobre os personagens são revelados, incluindo seus nomes, descobertos de maneira inusitada em um hospital.
Divulgação/Netflix
No episódio 3 da série Ninguém Quer, finalmente descobrimos o nome de alguns personagens! Eles estavam em um hospital, o motivo pelo qual ocorreu a mentira no episódio anterior. Aqui estão os nomes: O irmão de Noah se chama Sasha; Ilah é o nome do pai deles; e Ester, da esposa de Sasha. Os nomes apareceram em etiquetas coladas no peito, e confesso que achei essa uma forma peculiar de saber os nomes, porque confesso que não ouvi eles sendo pronunciados nesses episódios.
A cena no hospital foi um drama daqueles. A ex do Noah, Rebeca, sofreu um acidente de carro e quebrou o pulso da mão, tendo que passar por uma cirurgia. Ela não aparece no episódio, mas sua família culpa Noah por isso. Aliás, a própria família do Noah pensa isso, e em certo momento, A esposa de Sasha, Ester – que, por acaso, é melhor amiga de Rebeca –, diz a Noah que ele não está apenas se separando de Rebeca, mas da família. Uma frase bem pesada e forte.
A irmã de Joanne também acha difícil esse relacionamento dar certo, afinal, na visão dela, eles formam um casal bem estranho.
Hopper Stone/Netflix
Ela chega a dizer que Noah tem uma vibe mais religiosa: é mais certinho, centrado e responsável, ao contrário de Joanne. Em uma gravação do podcast das duas, surge um convidado especial que é capaz de ler auras, e ele disse que não consegue ver a aura de Joanne. Joanne, que é mais cética com relação a esses assuntos mais esotéricos e místicos, debocha da situação, e o leitor de auras diz que quanto mais afastada de Deus for uma pessoa, maior é a probabilidade de não ter aura.
Achei essa fala muito pesada. Em outros momentos do episódio, a família de Joanne a trata como se fosse uma pessoa irresponsável e inferior. As cenas vão gerando um contraste em que nosso suposto casal protagonista, Joanne e Noah, se sentem horríveis por conta do julgamento das pessoas. E por não fazerem aquilo que as outras pessoas gostariam que eles fizessem.
Diria que o ponto alto do episódio foi Ilah, o pai do Noah. O ator Paul Ben-Victor, conhecido por interpretar o treinador Roy Thurman na série "Todo Mundo Odeia o Chris" aparece pouco, mas sempre dizendo algo necessário. Quando Noah pede um conselho e pergunta se deveria voltar com a ex, Rebeca, o pai diz que não seria má escolha, e que ele poderia ser feliz com a Rebeca.
Divulgação/Netflix
Eles se casariam, teriam filhos, as famílias já se conhecem, um está inserido na cultura do outro, e tudo seria mais fácil. Porém, deixa bem claro que a escolha depende única e exclusivamente do Noah, pois no final das contas quem vai vivenciar tudo isso é ele mesmo. E que por mais que as pessoas possam ter opiniões do que é o melhor, cada pessoa tem sua própria vida e sua trajetória, e ninguém vai querer lidar com as consequências das escolhas dos outros.
Esse é um pensamento que pode ser aplicado a qualquer situação da vida. Um exemplo clássico é a escolha de carreira. As pessoas podem te aconselhar sobre qual curso e qual carreira seguir, mas no final das contas é você quem vai ter que estudar e trabalhar com aquilo. As consequências da sua escolha são suas e não dos outros.
Essa série continua me cativando, pois a cada episódio, novos temas para reflexões são trazidos à tona. Quando terminei o terceiro Episódio, fiquei pensando nas pessoas que são ateias ou agnósticas, e o quanto elas devem passar por preconceito e ouvir comentários desnecessários. Independente de religião ou não, penso que uma pessoa não pode ser definida como boa ou ruim por ter uma fé ou não, pois o que define uma pessoa ser boa ou não são suas ações, seus atos de bondade no dia a dia.