Ebon Moss-Bachrach, Pedro Pascal, Vanessa Kirby e Joseph Quinn no filme Quarteto
Fantástico: Primeiros Passos (2025). Reprodução/Divulgação — Marvel Studios.
Depois de anos de espera, finalmente chegou o momento que fãs de Quarteto Fantástico tanto esperavam. Após três adaptações controversas, o novo filme prometia ser uma adaptação mais fiel ao material original, trazendo para as telas a essência dos personagens e da família dos quadrinhos.
Além desse contexto, o longa chega em um momento instável da Marvel, depois de vários lançamentos mal recebidos ou pouco notados pela crítica, como Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania (2023) e Capitão América: Admirável Mundo Novo (2025) — ambos com 46% no Rotten Tomatoes.
Apesar de títulos como Thunderbolts* e Deadpool & Wolverine (2024) terem agradado tanto o público quanto a crítica, a qualidade de Quarteto Fantástico ainda não era uma certeza. Poderia ser um grande acerto, a tão falada “ressurreição da Marvel” e um começo épico para a Fase 6, ou só mais um filme esquecível no meio de tantos outros.
E a resposta, afinal, é que o novo filme do MCU não é nenhuma das duas coisas, nem a ressurreição da Marvel, nem mais um desastre, mas algo no meio do caminho. Quarteto Fantástico: Primeiros Passos entrega uma história familiar que traz sensações boas e resgata bem a essência do grupo.
A história é simples, contém alguns erros relevantes (que eu vou comentar mais adiante), mas tem personagens cativantes, uma dinâmica que funciona e deixa aquele gostinho de “quero mais”. Não porque a história termina em um gancho desesperador, mas porque você realmente gosta dos personagens e pensa: “sim, eu veria outro filme com esses personagens”.
Mas, qual a história desse filme?
Vanessa Kirby, Pedro Pascal, Joseph Quinn e Ebon Moss-Bachrach no filme Quarteto
Fantástico: Primeiros Passos (2025). Reprodução/Divulgação — Marvel Studios.
Nessa trama, acompanhamos essa família de heróis levando suas vidinhas comuns — dentro do possível — até serem interrompidos por uma mensagem da Surfista Prateada, Shalla-Bal (Julia Garner). O aviso é claro: a Terra será o próximo alvo de Galactus (voz de Ralph Ineson), um devorador de planetas.
Diante dessa ameaça, toda a esperança é depositada na família superpoderosa. Mas, à medida que a situação piora, a desconfiança aparece. Como seria em qualquer cenário real, a fé neles é abalada, e cabe a esses heróis reconquistar essa confiança e, claro, salvar o planeta.
Tudo isso acontece em um cenário retro-futurista que, além de ser visualmente lindo, cumpre muito bem o papel de afastar essa história de tudo que já vimos antes no MCU.
O que Quarteto Fantástico: Primeiros Passos tem de tão diferente?
Joseph Quinn, Vanessa Kirby, Pedro Pascal e Ebon Moss-Bachrach no filme Quarteto
Fantástico: Primeiros Passos (2025). Reprodução/Divulgação — Marvel Studios.
O grupo convence como família
Vanessa Kirby e Pedro Pascal no filme Quarteto Fantástico: Primeiros Passos (2025).
Reprodução/Divulgação — Marvel Studios.
Grande parte disso, claro, vem do elenco. A química entre os atores é o que dá vida à dinâmica familiar, junto com o roteiro, e faz a gente se importar com cada um deles.
Para isso, a Marvel soube escalar muito bem o time: Pedro Pascal (The Last of Us) assume o papel de Senhor Fantástico; Vanessa Kirby (Missão: Impossível – Acerto de Contas – Parte Um) interpreta a Mulher Invisível; Joseph Quinn (Stranger Things) dá vida ao Tocha Humana; e Ebon Moss-Bachrach (The Bear) completa a equipe como o Coisa.
Quanto aos atores deixo aqui meu elogio a Vanessa Kirby, que está simplesmente fantástica, entregando tudo e mais um pouco. Pedro Pascal também não decepciona e o mesmo pode ser dito do resto do elenco.
Embora alguns momentos possam soar forçados, no geral, a dinâmica entre eles funciona e nos faz tanto entender suas questões quanto torcer para que tudo dê certo. Um dos maiores destaques da história é, sem dúvida, o desejo genuíno desses heróis de proteger o mundo.
Outros heróis ou pessoas poderiam fugir, pensar apenas em proteger os seus, mas não eles. Para esse grupo, ou o mundo inteiro é salvo, ou eles morrem tentando. Não por glória ou reconhecimento, mas por pura lealdade àqueles que confiam neles como seus protetores. E é justamente isso que faz com que a gente os admire ainda mais.
A história não dialoga apenas com fãs
Pedro Pascal e Vanessa Kirby no filme Quarteto Fantástico:
Primeiros Passos (2025). Reprodução/Divulgação — Marvel Studios.
Primeiros Passos (2025). Reprodução/Divulgação — Marvel Studios.
Vale dizer que toda a trama do vilão é simplória e poderia ter sido mais bem desenvolvida. Mas, considerando que esse não era o foco, o filme entrega o que promete: coloca o protagonismo e a parte relevante da história nas mãos dos heróis, que são trabalhados tanto individualmente quanto como família, ainda que de forma superficial.
Não dá para dizer que conhecemos a fundo todos esses personagens, mas cada um do quarteto tem um traço de personalidade bem destacado. É muito interessante ver o desejo do Coisa de se conectar com outras pessoas, nos impressionamos com as habilidades científicas do Tocha Humana e do Senhor Fantástico, e ficamos de queixo caído com a força e os poderes da Mulher Invisível.
Ainda tem pontos que precisam ser melhorados, como desenvolver mais a personagem da Sue Storm além da maternidade, mas é algo que provavelmente veremos nas próximas produções.
Quanto ao tão criticado CGI, temos algumas questões como sempre, nem tudo ficou perfeito. Especialmente o baby Franklin ficou bem Renesmee de Crepúsculo, o que incomoda, mas não a ponto de estragar a experiência.
Mas, afinal, vale a pena ver?
Ebon Moss-Bachrach, Vanessa Kirby, Pedro Pascal e Joseph Quinn no filme Quarteto
Fantástico: Primeiros Passos (2025). Reprodução/Divulgação — Marvel Studios.
Embora tenha suas falhas, vale definitivamente a pena assistir. É um filme bastante agradável, que traz bastante de ficção científica, diverte e emociona. Matt Shakman entrega uma direção que lembra a sensibilidade de WandaVision.
Não traz nada de muito uau ou novo, mas que ainda assim funciona, entregando personagens cativantes, uma história satisfatória e nos deixando com uma sensação boa de esperança no mundo depois de assistir. Um daqueles filmes que vamos lembrar com carinho, ainda que não como nosso favorito.
Postar um comentário