Review Cronos: The New Dawn (PC) – Um terror maduro, político e sufocante

Bloober Team/Divulgação

Cronos: The New Dawn surpreende ao unir uma ambientação fascinante com uma narrativa sombria, profundamente ligada a um passado histórico que ainda ecoa. Inspirando-se em horrores reais e utilizando-os para construir tensão, o jogo da Bloober Team entrega um dos survival horrors mais interessantes e maduros dos últimos anos.

Ficha Técnica:

Desenvolvimento: Bloober Team
Distribuição: Bloober Team S/A
Jogadores: 1
Gênero:  Survival Horror
Idioma: portugues+
Plataformas:  PC, PlayStation 5 , Xbox series, Nintendo Switch 2

Jogabilidade familiar, mas eficiente

Bloober Team/Divulgação

A jogabilidade de Cronos: The New Dawn é, entre os seus elementos, a mais tradicional, e isso não é um defeito. O game bebe diretamente em jogos como The Last of Us e Resident Evil 4, adotando a já conhecida câmera sobre o ombro, com foco no combate tenso e na administração de recursos escassos.

A movimentação propositalmente lenta e pesada, justificada pelo uso da armadura do protagonista, adiciona um toque único de tensão, obrigando o jogador a pensar antes de agir. Também é possível fabricar itens e melhorar habilidades, o que dá certa profundidade à progressão.

Essa combinação de mecânicas clássicas com pequenos toques de identidade própria torna o gameplay sólido, ainda que sem grandes inovações.

Desempenho irregular, ambientação impecável


Bloober Team/Divulgação

Em termos técnicos, Cronos teve um início conturbado. Problemas de otimização afetaram PCs e consoles nas primeiras semanas pós-lançamento, com quedas de desempenho mesmo em configurações medianas. Felizmente, atualizações posteriores amenizaram parte desses problemas.

No entanto, a ambientação soviética do jogo é um verdadeiro destaque. A forma como a Polônia dos anos 1980 é recriada, cheia de prédios brutalistas, neblina densa e corredores úmidos, cria uma atmosfera opressiva e única, lembrando séries e obras como Dark.

A direção de arte brilha: criaturas grotescas, armas enferrujadas e armaduras desgastadas reforçam a sensação de decadência e desespero.

Terror histórico e político


Bloober Team/Divulgação

Em Cronos: The New Dawn, o jogador assume o papel do Viajante, um agente enviado pelo Coletivo para retornar no tempo à Polônia dos anos 1980, com a missão de resgatar indivíduos importantes antes que sejam consumidos pela Mudança — um evento cataclísmico que transformou humanos em monstros conhecidos como Órfãos.

A narrativa é contada de forma fragmentada, por meio de cenas, documentos, pichações e até quadrinhos espalhados pelo cenário, convidando o jogador a montar o quebra-cabeça narrativo. A escolha por abordar uma epidemia e regimes autoritários torna o enredo assustadoramente próximo de realidades históricas e recentes, aumentando seu impacto.

Ao invés de sustos baratos, Cronos aposta em tensão constante e horror psicológico, o que enriquece a experiência narrativa.

Trilha Sonora: Discreta, mas eficiente


Bloober Team/Divulgação

A trilha sonora de Cronos não rouba os holofotes, mas trabalha de forma inteligente e simbiótica com a ambientação. Sons ambientes, acordes discretos e momentos de silêncio calculado reforçam a sensação de solidão e opressão. Não é memorável como em outros jogos do gênero, mas cumpre seu papel com competência.

Um horror denso e impactante

Apesar dos problemas técnicos no lançamento, Cronos: The New Dawn prova mais uma vez a habilidade da Bloober Team em criar experiências de terror maduras e imersivas. O jogo não revoluciona a jogabilidade, mas compensa isso com uma ambientação brilhante, narrativa forte e atmosfera densa — qualidades que o colocam facilmente entre os melhores títulos de horror do ano.


Cópia de PC cedida para análise

Nota Final: 8,5/10

Pontos Positivos:

✔️ Ambientação soviética incrível
✔️ Narrativa fragmentada e inteligente
✔️ Clima de tensão constante
✔️ Direção de arte impecável

Pontos Negativos:
❌ Problemas de desempenho no lançamento
❌ Mecânicas tradicionais demais

👉 Compre Cronos: The New Dawn aqui


Postar um comentário