Crítica | The Middle

The Middle: uma família perdida no meio do nada foi uma série exibida pela ABC em formato de sitcom com o gênero comédia. Foram 9 temporadas, 215 episódios de aproximadamente 22 minutos e muitas risadas. A história é narrada por Frances "Frankie" Heck, mãe de três filhos que vai contando como é o dia a dia de uma típica família americana. Os conflitos entre os filhos, sua própria carreira, seus parentes mais velhos que necessitam de cuidado e seu relacionamento com o marido, Michael "Mike" Heck.

Ela é uma vendedora de carros na Ehlert Motors, e apesar de ser péssima na sua função e quase nunca bater as metas, é cativante ver como ela se esforça para dar conta de tudo. Frankie é muito comunicativa, acredita que as coisas se resolvem no diálogo e na demonstração de sentimentos. Sua prioridade? Sempre a família em primeiro lugar. 

Em contrapartida temos Mike, gerente em uma pedreira. Ele é sério, ríspido, vai direto ao ponto e não vai com meias palavras. E apesar de ser totalmente antiquado, demonstra em seus gestos que está sempre ali pela família, apesar de ser péssimo na arte da comunicação.

Essa série rende muitas risadas justamente pela identificação que muitos passam a ter com os personagens. Como uma mãe faz de tudo pelos filhos, como um pai se esforça para tentar pagar todas as contas e não deixar faltar nada em casa. E é claro, a convivência familiar.

O filho mais velho, Axl Heck é o astro do time do colégio. Preguiçoso, arrogante e sarcástico, faz piadas com todos os membros da família e ama infernizar os irmãos. Sue Heck, a filha do meio, parece ser sempre a esquecida em tudo. Nunca consegue ganhar nada, é um desastre em interações sociais, mas seu otimismo faz com que seja a personagem mais carismática da série. E o caçula, Brick Heck é o inteligente da família, mas também o considerado "esquisito": ele lê mais livros do que a maioria conseguiria, mas não é nem um pouco responsável com suas obrigações e sussurra para si mesmo.

Os personagens são tão reais que você poderia jurar que conhece alguém parecido, e as situações vivenciadas pelos Heck poderiam acontecer com qualquer família de classe média. Isso explicaria o enorme sucesso: em sua estreia nos Estados Unidos, a ABC chegou a ter 8.710.000 espectadores, número bem expressivo que se manteve em outras temporadas. 

É incrível ver a evolução dos personagens ao longo das temporadas e seu amadurecimento. Como Frankie vai deixando aos poucos de ser "a louca desesperada para resolver todos os problemas da família" para "cada um que se vire para cuidar de si". Como o Mike vai chegando a meia idade e vai demonstrando mais seus sentimentos, e apesar de estar em meio a dívidas constantes aproveita cada momento da sua vida. Até mesmo Axl, o adolescente desleixado e popular do ensino médio passa por altos e baixos na faculdade, e precisa se acostumar ao fato de que na vida adulta, mostrar um sorriso e dizer algo engraçado não vai te trazer o que quer. E a Sue, que vai aos trancos e barrancos conquistando seu espaço? Vemos sua chegada ao ensino médio, seu primeiro relacionamento amoroso, seu primeiro dia na faculdade. Brick nem se fala, algumas coisas nunca mudam, mas outras podem ser melhoradas.

Além disso, os personagens secundários acabam ganhando muito espaço. Don Ehlert, chefe totalmente desprezível da Frankie. Bob Weaver, melhor amiga da Frankie no trabalho e é um solitário. Brad Bottig, o melhor amigo da Sue que vai se descobrindo aos poucos. E os Glossners, os vizinhos indisciplinados e grosseiros da rua? 

A história de passa em uma cidade fictícia chamada Orson Indiana, e apesar de ter sido transmitida pela Warner Channel e ter alguns episódios exibidos no SBT, às vezes dá-se a impressão de que a série poderia ter sido mais divulgada no Brasil. Apesar de ter chegado ao fim, uma série derivada é esperada com a Sue Heck como protagonista, mas o projeto segue engavetado no momento.


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