Orgulho Nerd: Marvel Cinematic Universe (MCU)


De uma revista, dentro de uma pequena editora, até uma das produtoras de filmes mais lucrativas do mundo, entenda como a Marvel se tornou o estúdio tão poderoso que conhecemos.

 De onde veio o Universo Marvel?

A história da Marvel é longa e conta com muitos altos e baixos. Nos anos 50, a editora com o nome de Atlas quase foi à falência. São os heróis clássicos, como Capitão América e Tocha Humana, que salvaram a editora com novas revistas, em que velhos heróis combatem um novo inimigo: o comunismo.
Somente nos anos 60, com a estreia da revista do Quarteto Fantástico, que os dias de glória da Marvel começaram, é nesse período que a maior parte dos super-heróis que conhecemos hoje são criados. Infelizmente, ou felizmente para alguns, os tempos de glória não duraram para sempre. Nos anos 2000, a Marvel entra novamente em um processo de falência e é obrigada a vender os direitos cinematográficos dos seus principais personagens (Via Exame).
Ao assistir os estúdios Sony e Fox ganharem milhões com filmes de seus antigos personagens, a Marvel decide produzir seus próprios filmes e lança Homem de Ferro (2008). O filme arrecadou meio bilhão de dólares e chamou a atenção da Disney, que comprou a Marvel no ano seguinte (2009).
De 2010 em diante, 18 filmes são lançados e bilhões de dólares são arrecadados com bilheteria e licenciamento de produtos (Via Super Interessante).
Nasce o Universo Marvel como conhecemos, a maior franquia da história.

Universo Cinematográfico Marvel

O plano era complexo e antes de ser colocado em prática, soava, se não impossível, complexo demais: criar um universo cinematográfico compartilhado, que unisse personagens conhecidos e desconhecidos do grande público. 
A ideia era apresentar e desenvolver personagens em vários filmes. Durante esse processo, não faltaram pessoas que subestimaram tanto a qualidade dos produtos, quanto a capacidade de capitalização desses personagens e histórias. Surpreendendo alguns, o plano deu certo! Com mais de dez anos de produções, os filmes do universo se tornaram grandes sucessos de bilheteria:
  • Vingadores (2012): US$ 1,51 bilhão
  • Guerra Infinita (2018):  US$ 2,04 bilhões
  • Ultimato (2019): $2,795,576,270 bilhões

Mesmo com os custos dos filmes sendo altos, pelos valores de cachês e efeitos especiais, as produções ainda assim lucraram milhões. Ultimato, longa-metragem com maior custo da franquia, teve um orçamento aproximado de 400 milhões de dólares, mesmo nesse caso, a margem de lucro ainda é extremamente alta.  
O questionamento que fica é: como e por que os filmes da Marvel conseguem capitalizar tanto...

A Estratégia por trás do Universo Cinematográfico

Inspirado nos quadrinhos, a ideia de Kevin Feige era apresentar ao público um universo amplo, a partir de diferentes personagens, perspectivas e, principalmente, mídias diferentes - séries, filmes, quadrinhos, games, entre outros.
Desse modo, Kevin Feige investiu numa estratégia chamada narrativa transmidiátia, técnica usada pela primeira vez em Matrix. A ideia veio de uma compreensão que os fãs não só queriam assistir, mas também participar de alguma maneira dessa cultura (Jenkins, 2006).

A narrativa transmidiática tinha como quatro objetivos, o primeiro trazer o público dos quadrinhos para os cinemas, segundo superar o mito que filmes de herói são superficiais, terceiro conquistar um novo público e quatro estabelecer um fandom mais engajado, que consumisse não só os conteúdos, mas os produtos dos filmes. (Via Turn Mundo Nerd).

Dessa maneira, o objetivo principal era fidelizar diferentes tipos de fãs, mas como fazer isso? Simples: criar um universo tão diversificado que conversa com diferentes tipos de público. Tratar temas como representatividade se torna mais uma maneira de atingir novos públicos.

Consequentemente, os fãs se identificam com esses personagens, consomem e produzem todo o tipo de conteúdo sobre eles. Existem, atualmente, mais de 400.000 fanfics postadas do universo em redes sociais, como o site Archive Of Our Own e uma porção de fanfilms, com milhões de visualizações no youtube

O desejo de participar dos fãs é latente e impossível de ser ignorado.



Além disso, eles consomem os produtos da franquia, camisetas, mochilas, action figures. Só no Brasil, em 2018, foram vendidos mais de 60 milhões de produtos da franquia Marvel.

Críticas

Mesmo com todo esse sucesso, ainda existem muitas críticas negativas a respeito das suas produções. Scorcese recentemente declarou que filmes de herói não são cinema de verdade

Eu não assisto. Eu tentei, sabe? Mas isso não é cinema. Sinceramente, o mais próximo que eu posso pensar que eles chegam, por mais bem feitos que sejam, com atores fazendo o melhor que podem nessas circunstâncias, é de um parque de diversões. Não é o cinema de seres humanos tentando passar experiências emocionais, psicológicas, para outro ser humano

A velha briga entre o cinema de entretenimento, os conhecidos blockbusters, e o cinema de arte, por assim dizer. Mas afinal, quem determina o que é cinema? Não existe uma resposta para isso, porém uma das críticas comuns ao universo é a sua posição como mercadoria, que serve teoricamente apenas para o lucro de uma grande corporação. 
Ainda que a crítica faça sentido, até certo ponto, não dá para negar que a Disney queira exatamente isso com a produção dos filmes. A grande questão é que rebaixá-lo à posição de não cinema desvaloriza não só quem os produz, mas também o público que o consome.
O que a Marvel construiu após 23 filmes é maior do que o dinheiro, pois vem de algo genuíno. O lucro é consequência de muita identificação, planejamento e dedicação. 
Mesmo com todas essas críticas, os cinemas seguem lotados, os fãs escrevem e produzem fanfilms, compram produtos dos personagens como mochilas, camisetas e material escolar. Uma coisa é nítida: de alguma forma, os filmes de herói se comunicam com essas pessoas.
E talvez, essa seja a grande questão, Scorcese não é o público alvo e., por isso, nunca vai entender o porquê, para muitas pessoas, os filmes da Marvel são cinema de mais alta qualidade.

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