Crítica | Mate-Me, Por Favor

Foto/Divulgação


O cinema brasileiro é uma caixinha de surpresas. Se formos procurar filmes além das recorrentes comédias escrachadas que estreiam nos cinemas semana sim, semana não, encontramos obras peculiares que, para o bem ou para o mal, aumentam a pluralidade do cinema tupiniquim, e Mate-me, por favor, é claramente um desses filmes. 

Ficha técnica:

Nome: Mate-Me, Por Favor

Direção: Anita Rocha da Silveira

Gênero: Drama

Ano: 2016

Anita Rocha da Silva, debutando no cinema, nos entrega uma obra extremamente hipnotizante e sedutora em sua forma, mas acaba nos decepcionando em seu conteúdo. Acompanhamos Bia (Valentina Herszage), uma jovem abastada que vive o pleno suco da adolescência: as conversas descompromissadas com as amigas, a rotina tediosa de estudos, além das descobertas sexuais com seu namorado religioso (Vitor Mayer).

Cartaz do filme/Divulgação

Essa rotina acaba por ser desestabilizada quando mortes misteriosas de jovens começam a ocorrer na Barra da Tijuca, bairro onde moram, trazendo medo, insegurança e fascínio para aqueles jovens.

O filme acerta bastante na atmosfera, seja na trilha sonora, na saturação de cor, fotografia e principalmente na direção, muitas das vezes focando no próprio bairro de classe média alta carioca, mostrando suas paisagens áridas e sem vida.

Os atores estão bem, principalmente Valentina Herszage, que com apenas 15 anos na época, entregou uma atuação competente e condizente com sua personagem. Personagem essa, aliás, bastante interessante. Acompanhamos todo o fascínio de Bia pelas mortes que acorrem no local e todas as consequências que acontecem em sua própria vida a partir disso.

Foto/Divulgação

Porém, o que o filme tem de atmosfera, perde em roteiro. Por focar em uma experiência sensorial, o filme acaba não entregando um clímax ou um final satisfatório (apesar da poderosa cena final). A sensação que nos dá, como espectadores, é que nadamos, nadamos, e morremos na praia, o que pode trazer uma sensação agridoce no final do longa.

Além disso, pelos motivos já citados acima, temos algumas cenas e ações que simplesmente beiram ao ridículo, nos tirando da atmosfera que o filme constrói tão bem.

Concluindo, Mate-me, Por Favor, vale a pena ser visto se o objetivo for uma experiência mais formal e atmosférica, mas se levarmos em consideração seu conteúdo, talvez o espectador não saia satisfeito do sofá.

Postar um comentário