Enshrouded apresenta um ótimo survival, com um mundo vasto, várias opções de criação de personagens e itens e a possibilidade de jogar com várias outras pessoas no mesmo mundo, mesmo ainda estando em acesso antecipado — um jogo que promete.
Ficha Técnica:
Título: Enshrouded Desenvolvedora: Keen Games GmbH Distribuidora: Keen Games GmbH Plataformas: PC (Steam), PlayStation, Xbox Gênero: Survival / Action RPG Modos de Jogo: Single-player e Co-op até 16 jogadores Idioma: Português+ Early Access: 24 de janeiro de 2024
Jogabilidade
Keen Games GmbH/Divulgação
A jogabilidade de Enshrouded não é muito diferente de todos os survival que vemos por aí — o jogador é praticamente solto em um mundo hostil e tem que sobreviver a vários tipos de intempéries, ao mesmo tempo em que precisa adquirir materiais para fazer roupas, armas e abrigos, enquanto explora aquele mundo.
Porém, o que faz com que Enshrouded se destaque é o nível de refinamento de suas mecânicas, que estão muito saudáveis e refinadas mesmo com o jogo em acesso antecipado, o que é ótimo.
Gráficos
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Os gráficos do jogo também não decepcionam, principalmente no quesito desempenho. Porém, no que diz respeito à estética e direção de arte, Enshrouded não se destaca muito de outros jogos do gênero, apostando em um visual que balanceia funcionalidade com fantasia épica.
História
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Em Enshrouded, você assume o papel de um Flameborn, a última esperança de uma civilização antiga em um mundo consumido por uma névoa corrompedora conhecida como Shroud. Explorando florestas, desertos e biomas diversos, o jogador deve sobreviver, combater criaturas hostis, construir bases, desbloquear habilidades e desvendar os segredos de um reino caído enquanto luta para restaurar a luz e a esperança na terra.
A história de Enshrouded, como em bom jogo desse estilo, não é dada ao jogador de uma vez; ele precisa descobri-la no decorrer da jogatina, o que traz um ar de descoberta bacana. Ainda assim, ela não é muito diferente de outras histórias parecidas e não se destaca tanto dentro do gênero.
Trilha Sonora
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A trilha sonora do jogo também não se sustenta muito sozinha — tem alguns momentos em que ela se sobressai, porém, no geral, ela não se destaca tanto quanto o restante da experiência. Ela funciona bem para acompanhar a exploração e os combates, mas não se torna memorável.
Conclusão
Enshrouded é um survival promissor que já brilha mesmo em acesso antecipado. Com um mundo vasto, opções profundas de crafting e construção, além de suporte ao modo cooperativo para até 16 jogadores, o jogo entrega muito do que promete para os fãs do gênero.
Embora não reinvente fórmulas estabelecidas, o refinamento das suas mecânicas, a possibilidade de exploração livre e o ritmo de descobertas o colocam como um dos survival mais interessantes disponíveis atualmente. Enshrouded merece atenção de quem curte construir, explorar e sobreviver em mundo aberto, e seu futuro parece ainda mais empolgante conforme o desenvolvimento avança.
Um olhar cuidadoso e detalhista em cima de uma das obras que foi um marco no gênero horror gótico. Assim, a interpretação mais próxima da visão Mary Shelley, sobre não apenas história de um monstro sendo criado, mas sim, sobre a responsabilidade cientifica, a ética e a a natureza da identidade humana.
Divulgação / Netflix
Ficha Técnica:
Direção: Guillermo Del Toro Roteiro: Guillermo del Toro (baseado no livro Frankenstein, The Modern Prometheus, de Mary Shelley) Produção: Guillermo del Toro, J. Miles Dale, Scott Stuber. Distribuição: Netflix (exibição limitada nos cinemas + streaming) Gênero: Terror / Ficção Científica / Gótico Idioma: Inglês Classificação Indicativa: 18+
Sinopse
Um cientista brilhante, mas egocêntrico, dá vida a uma criatura em um experimento monstruoso que acaba levando à destruição do criador e de sua trágica criação.
O que há de diferente nessa nova adaptação de Frankenstein, de Mary Shelley?
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Depois de tantas versões anteriores, poderia facilmente ser “apenas mais uma”. Para quem não conhece profundamente o trabalho e a cinematografia de Guillermo Del Toro, talvez se esperasse um filme de terror com um elenco de peso. No entanto, o longa ultrapassa esse estereótipo e mergulha em uma profunda reflexão sobre o que é a humanidade. Afinal, somos o reflexo de nossos criadores? Até onde ambição e antiética caminham lado a lado?
O filme é impecável em sua estética visual, com atenção especial às sutilezas dos detalhes. A fotografia gótica e o figurino inspirado no século XIX se misturam a uma visão lúdica e contemporânea. Todo esse trabalho é assinado pela cenógrafa e figurinista Kate Hawley, conhecida por A Colina Escarlate e Máquinas Mortais. Hawley revelou recentemente que suas principais inspirações foram o romantismo, a obra original de Mary Shelley, além de referências de artistas como David Bowie e Prince. O objetivo era evidenciar a proximidade entre Victor Frankenstein e as artes, já que o personagem transita entre ciência e criação artística ao conceber a Criatura.
Falando em arte, o elenco não poderia ser mais adequado. Oscar Isaac entrega exatamente o que o papel exige: um cientista excêntrico e ambicioso. No início, o espectador até sente empatia por ele ao ver sua origem e suas motivações, porém, ao longo da narrativa, o filme aprofunda a complexidade de sua mente, mostrando até onde ele ultrapassa os limites éticos em nome de seus objetivos. Também destaca o quanto ele permite que seus sentimentos afetem suas ações, gerando consequências que moldam diretamente a Criatura.
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E, falando em atuação, Jacob Elordi se supera novamente. Quem o vê hoje dificilmente lembra o traumático passado em A Barraca do Beijo. Sua interpretação como a Criatura é, facilmente, uma das melhores atuações do ano. Ele retrata com maestria um ser recém-nascido para o mundo: puro, inocente, mas incapaz de se encaixar em uma sociedade que nunca irá aceitá-lo. Essa pureza é reforçada pela relação com Lady Elizabeth (Mia Goth), uma personagem religiosa que enxerga na Criatura a essência humana: alguém que simplesmente não pediu para existir.
A evolução da Criatura é tratada de forma quase filosófica: até onde o mundo pode corromper alguém? O personagem mantém a pureza até ser pressionado pela violência humana, e, ainda assim, seu coração permanece intacto. Sua busca pela aprovação do criador e pela compreensão de seu propósito ecoa temas profundamente religiosos. É praticamente uma representação da relação entre a criação e a divindade, sempre questionando: “Para que fomos criados? Qual é o nosso propósito?”.
O filme levanta mais questões do que oferece respostas, aproximando-se muito mais da obra de Mary Shelley do que qualquer outra adaptação. E isso é revelador, especialmente se compararmos com versões populares, como o monstro de VanHelsing (2004). Nesta nova leitura, Del Toro preserva o verdadeiro legado deixado por MaryShelley.
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Definitivamente, não é um filme sobre terror. É sobre relações humanas, ética, compaixão e complexidade emocional. Mia Goth está extraordinária como Lady Elizabeth, a personagem que representa a ciência e a religião caminhando juntas. Sua piedade pela Criatura quase beira o sagrado. Sendo uma observação sensível de como, culturalmente, as figuras maternas tendem a ser mais compassivas diante da dor.
Christopher Waltz (Bastardos Inglórios) interpreta Henrich Harlander, o patrocinador das pesquisas de Victor Frankenstein. Felix Kammer (Nada de Novo no Front) dá vida a William Frankenstein, irmão e parceiro de Victor, além de noivo de Lady Elizabeth. Já Charles Dance (Game of Thrones) interpreta o pai dos dois. Todos entregam atuações sólidas e realistas.
Quanto à trilha sonora e à estética geral, tudo carrega a marca registrada de Guillermo Del Toro. Seu dom de transformar histórias de premissa “estranha” em obras poéticas permanece intacto. Por isso, este Frankenstein dialoga tão bem com sua adaptação de Pinóquio para a Netflix, ambos profundos e sensíveis.
Nem tudo é perfeito…
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O início do longa busca desenvolver a relação de Victor com a ciência, sua ambição e os personagens centrais da trama. Porém, mesmo sem ser extenso, essa introdução pode soar letárgica, quase como um filme à parte. O espectador pode sentir certo cansaço, apesar do interesse que o tema desperta. E o mesmo se aplica a partes do filme, onde parece que o longa dura mais de 2h30, mas ele está apenas em um ritmo lento.
Em algumas cenas, maquiagem e efeitos visuais podem incomodar levemente, embora nada que atrapalhe a experiência, são apenas detalhes perceptíveis a um olhar atento. Há também transições bruscas entre drama, ficção e horror, dando a impressão de gêneros separados, ainda que seja apenas uma observação pontual.
Veredito
No fim, o longa é uma obra que respira a essência de Guillermo Del Toro e a alma escrita por Mary Shelley. Não é um filme de ação ou terror, é uma jornada filosófica sobre ambição, criação e o desejo profundo de existir com propósito.
Afinal somos movidos por aquilo que buscamos: Victor ansiava superar o pai e a Criatura ansiava ser vista por ele. Ambos carregavam a mesma fome, a de significar algo para alguém.
Sendo assim, o filme nos lembra que até o ser mais frágil guarda um propósito, e que muitas vezes somos apenas o reflexo das ambições daqueles que nos moldam. A criação herda a ambição e intensidade do criador, logo o ciclo continua, belo e trágico.
Em setembro de 2018, após seguidos fracassos comerciais, a lendária empresa Telltale Games declarou falência. A empresa vinha em declínio financeiro, assim como a mesma baixa em relação ao gênero de jogos narrativos que ela desenvolvia. Alguns relatórios fiscais mostraram que apenas Minecraft: Story Mode, as primeiras temporadas de The Walking Dead e 7 Days to Die foram lucrativas, todo o restante catálogo da empresa deu prejuízo.
Ficha Técnica:
Título: Dispatch Desenvolvedora: AdHoc Studio Plataformas: PC (Steam) e PlayStation 5 Formato: 8 episódios Duração: 9 a 12 horas Preço: R$90,90 (PS5) e R$88,99 (Steam)
Mesmo com franquias gigantes do mundo dos games como Guardiões da Galáxia, Batman e Game of Thrones, a desenvolvedora não conseguia mais os lucros nem a aclamação crítica e popular de outros tempos. No imaginário popular, a queda do estúdio representava também a morte dos jogos narrativos episódicos.
Com isso, alguns jogos vieram e trouxeram claras evoluções no gênero como Detroit: Become Human, Until Dawn e Life is Strange, mostrando que o problema não estava no estilo de jogo em si, mas estava na defasagem dos jogos especificamente da TellTale Games como desenvolvedora.
Ainda no mesmo ano de 2018, alguns veteranos do estúdio da TellTale se juntaram com ex-membros de outras desenvolvedoras como Ubisoft e Night School Studio. E foi desta forma que surgiu o Dispatch. Onde o conceito inicial de Dispatch era para ser uma série de vídeo interativo para a empresa Eko, mas a ideia evoluiu para um jogo live-action.
Eles trabalharam em uma versão preliminar por dois anos, até que a pandemia de COVID-19 interrompeu o projeto. O estúdio eventualmente decidiu se autopublicar e lançar Dispatch como um jogo de aventura episódico, descrevendo-o como uma comédia de super-heróis ambientada em um ambiente de trabalho.
Uma comédia de super-heróis que funciona melhor do que deveria
AdHoc Studio/Divulgação
Dispatch coloca o jogador na pele de um ex-super-herói que, após quase morrer em combate, passa a trabalhar nos bastidores: ele assume o cargo de coordenador em uma agência de heróis. A premissa é simples, mas funciona surpreendentemente bem graças ao tom de comédia metalinguística e ao ótimo elenco, que abraça o clima de “escritório caótico cheio de supers problemáticos”.
Cada um dos oito episódios tem duração média de uma hora e mantém ritmo excelente. O jogo combina seleção de escolhas com momentos tensos de quick-time events, nada muito complexo, mas o suficiente para manter a imersão e impedir que o jogador relaxe totalmente. A sensação é a de estar controlando uma série live-action.
O minigame que é muito mais do que um minigame
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Entre os episódios, Dispatch apresenta seu elemento mais inesperado: um sistema de gerenciamento dos heróis da agência. É aqui que o jogador organiza a equipe, melhora atributos individuais, desbloqueia habilidades e distribui tarefas. O minigame não só conversa diretamente com a narrativa como influencia eventos futuros, diálogos e até caminhos inteiros da história.
É um toque de estratégia muito bem-vindo, que quebra a linearidade e dá profundidade mecânica ao jogo, algo inclusive que a antiga Telltale raramente ousou fazer.
Uma narrativa com muitos finais e infinitos caminhos
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A história principal é o grande destaque. Independentemente de qual dos seis finais você alcance, a jornada até eles pode ser completamente diferente. As ramificações são significativas, as consequências são perceptíveis e a sensação de que “minhas escolhas importam” finalmente existe de verdade. Para um jogo desse formato, isso é ouro puro.
Produção técnica que sustenta o espetáculo
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Alguns outros pontos que precisamos citar é a trilha sonora que acerta perfeitamente bem em dar o clima entre ação e comédia, com destaque pra música “Radio” da artista Bershy que já virou queridinha ente os fãs do game. Além disso, as animações são bem polidas, com a arte muito parecida com a da série animada Invincible, com o tom da comédia parecido em alguns momentos, porém em Dispatch, apesar de inúmeros momentos +18, o tom é bem mais leve e não toca em temas muito sensíveis.
E a direção dos atores destaca o melhor de cada cena, com destaque para Aaron Paul, conhecido por Breaking Bad.
Um novo fôlego para os jogos narrativos
Dispatch é uma carta de amor ao gênero que a Telltale popularizou e, ironicamente, um lembrete de que o gênero não morreu… a Telltale é que havia parado no tempo. O novo estúdio, ao misturar narrativa interativa, humor ácido e gerenciamento estratégico, conseguiu criar um título que se tornou referência instantânea.
Se você gosta de jogos narrativos, histórias de super-heróis, escolhas com peso real ou simplesmente quer algo diferente do comum, Dispatch é um dos melhores lançamentos dos últimos anos e faz a gente relembrar dos melhores dias da TellTale Games.
O jogo lançado para PC e PlayStation 5, no formato de episódios entre outubro e novembro de 2025, foi um sucesso comercial, vendendo mais de 2 milhões de cópias no primeiro mês de lançamento, o que superou as expectativas da indústria para um modelo de lançamento episódico. Mostrando que jogos do gênero narrativo ainda podem ser muito populares.
Nessa semana aconteceu o The Game Awards, tradicional evento anual de premiação e revelações de jogos. Tivemos a presença de alguns nomes de peso, como Control: Resonant e Resident Evil Requiem. Mas para mim, a estrela da noite sem dúvidas foi Lara Croft, que retornou ao seu estilo clássico com o anúncio de dois novos jogos!
Crystal Dynamics/Divulgação
"Tomb Raider: Legacy of Atlantis captura a maravilha e a emoção da aventura de estreia de Lara, com gameplay, visuais e storytelling reconstruídos. Desenvolvido em parceria entre Crystal Dynamics e Flying Wild Hog, o jogo possui gráficos impressionantes feitos em Unreal Engine 5, design moderno e novas surpresas que honram o espírito e atmosfera do jogo original. Como Lara Croft, os jogadores usarão sua inteligência e atletismo para explorar cenários exóticos, desbravar paisagens traiçoeiras, resolver enigmas mortais e encarar predadores letais em sua missão em busca das peças de Scion — um artefato de poder imensurável. O jogo chega em 2026 para PlayStation 5, Xbox Series X|S e Steam", diz o site oficial.
Crystal Dynamics/Divulgação
"Tomb Raider: Catalyst marca uma nova direção para a franquia, com Lara Croft embarcando em uma nova aventura através do norte da Índia. Tomb Raider: Catalyst se passa após um cataclismo mítico que libera segredos ancestrais e desperta as forças que os guardam. Quando os mais notáveis caçadores de tesouros do mundo chegam a região, Lara corre para descobrir a verdade enterrada sob a paisagem fragmentada e impedir aqueles que podem usar seu poder para benefício próprio. Enquanto o mundo passado colide com o presente, Lara deve decidir em quem confiar entre rivais e aliados para evitar uma catástrofe e proteger um segredo que pode remodelar o futuro."
"Em desenvolvimento no motor gráfico Unreal Engine 5, Tomb Raider: Catalyst entrega o maior mundo já visto na série, onde Lara atravessará paisagens cheias de segredos, se aprofundará em tumbas lotadas de puzzles e resolverá mistérios ancestrais usando sua inteligência incomparável e tecnológicos apetrechos de aventura. Perfeito para fãs de longa data e também para os mais recentes, os jogadores vão experimentar uma história de confiança e traição que testará Lara de novas maneiras. Tomb Raider: Catalyst está planejado para lançar em 2027 para PlayStation 5, Xbox Series X|S e Steam."
O site também detalha que, em ambos os jogos, Lara ganhará vida com a voz da renomada atriz Alix Wilton Regan, conhecida por suas performances em Dragon Age: Inquisition, Cyberpunk2077 e Mass Effect 3.
Além do anúncio dos jogos, também foi ao ar a segunda temporada da série animada Tomb Raider: A Lenda de Lara Croft, disponível na Netflix. Considerando que em breve a franquia completará 30 anos, não é estranho que muitas novidades tenham chegado juntas.