Crítica O Último Rodeio - O poder da fé: um drama familiar previsível, mas comovente.

Divulgação / Copyright Paris Filmes
 

Aquele drama de superação que alivia o dia, é assim que descrevo o filme O Último Rodeio. O longa conta com Neal McDonough (Tulsa King) no papel do protagonista Joe Wainwright, além de co-roteirizar o filme ao lado de Derek Presley (Ouija) e Jon Avnet (88 Minutos e Duas Faces da Lei).

Ficha Técnica: Direção: Jon Avnet Roteiro: Jon Avnet, Neal McDonough e Derek Presley Produção: The McDonough Company Distribuição: Paris Filmes Gênero: Drama Idioma: Inglês Classificação Indicativa: 12+

Sinopse

A trama narra a história de Joe Wainwright (Neal McDonough), um ex-peão de rodeio que aproveita seus dias de aposentadoria ao lado da filha Sally (Sara Jones) e do amado neto Cody (Graham Harvey). A paz da família é abalada quando o menino fica gravemente doente. Para custear o tratamento, Joe decide voltar às arenas, enfrentando novamente os desafios do passado para salvar o neto.

Mesmo sendo previsível, possui direção cuidadosa e atores competentes

O filme busca retratar com realismo o universo dos rodeios, para isso, as gravações ocorreram em locais onde os torneios realmente acontecem, além da paisagem rural, tendo uma cenografia realista, outro ponto a se notar, é que parte do elenco é composta por peões profissionais.

Neal McDonough realmente se sobressai. É interessante ver como o personagem foi trabalhado, embora o filme siga o clichê dos dramas de superação, Joe vai um pouco além do estereótipo. Ele já passou pelo luto, e, apesar dos problemas com a filha não estarem totalmente resolvidos, continua sendo uma pessoa querida e dedicada à família.

Sem generalizar, mas em narrativas assim, o protagonista mais velho normalmente se rende ao luto a ponto de afastar quem ama. Aqui, o longa mostra que o personagem passou por esse processo, mas aprendeu a lidar com a perda, voltando-se para o amor e o cuidado com o neto.

A simplicidade do filme não chega a ser um problema, o ator Mykelti Williamson interpreta Charlie Williams, o típico “melhor amigo”, mas é impossível não reconhecer o mérito de sua atuação natural, simples e realista. A química com McDonough é notável, quase como se fossem amigos de verdade.

E lá vamos nós, um filme que vence pelo coração, mas tropeça na falta de ousadia narrativa

Contudo, o longa mantém o clichê de sempre, é o tipo de filme em que o público já imagina o final, mas torce para estar enganado. Não que finais simples sejam ruins, mas falta um clímax que fuja do óbvio, talvez um enredo mais complexo ou com maior carga filosófica.

Um bom exemplo de comparação seria A Cabana, que também um drama cristão sobre o luto, mas com uma profundidade filosófica mais desenvolvida. O Último Rodeio poderia ter explorado melhor o sofrimento de Sally, mostrando como ela lidou com o luto e com um pai debilitado pela depressão e pelo vício.

Outro ponto que merecia mais peso é a condição de saúde de Joe, seu retorno às arenas poderia ter sido retratado com maior dramaticidade, inclusive sob o ponto de vista da filha, evidenciando o perigo real de ele continuar montando a cavalo.

A rivalidade entre Joe e um dos competidores também soa superficial, as cenas de conflito lembram brigas escolares, sem profundidade emocional, algo tipo “Só não gosto de você sem motivo aparente”. Faltou explorar melhor as motivações do rival, talvez inveja, ressentimento ou etarismo (ponto chave que poderia ter sido melhor aproveitado), o que acabou se tornando um desperdício narrativo.

Será que vale a pena assistir?

Apesar das repetições irritantes de clichês típicos de uma “Sessão da Tarde”, O Último Rodeio não é um filme ruim, poderia ter sido melhor, sim, mas entrega o que promete, ou seja, um drama sobre fé, família e o quanto somos capazes de lutar por quem amamos.


Cópia cedida para análise por Paris Filmes Disponível em: Prime Video e Google Play para Aluguel ou Compra Nota Final: 8/10



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