Crítica - Desejo Proibido


Divulgação/Paris Filmes

 A Paris Filmes nos convidou para assistir ao filme Desejo Proibido, e como a viciada em romances que sou, logo aceitei. Porém, concordei em ver o filme sem saber ao certo sobre o que se tratava, e quando vi o trailer confesso: achei bizarro o enredo e não fiquei com vontade de assistir. Li a sinopse, achei o filme tosco, mas em menos de 5 minutos assistindo ao filme, mudei de ideia. 

Com a direção de Tomasz Mandes, também responsável pelo filme 366 dias, esse também é um filme erótico, não recomendado para menores de 18 anos, e que conta com os atores Simone Susinna e Magdalena Boczarska como protagonistas. Abaixo, segue minha crítica ao filme e atenção, pode conter leves spoilers!

Divulgação/Paris Filmes

Sobre o que é o filme Desejo Proibido?

O filme Desejo Proibido conta a história de Olga e Max, um par que se encontra em situações bem inusitadas e antagônicas: o melhor amigo de Max está sendo acusado de algo, Max é testemunha a favor dele e Olga é a juíza do caso. 

Olga me cativou desde os primeiros minutos de tela. Uma mulher forte, independentemente, dona de seu nariz, juíza. Mas uma mulher focada demais no trabalho, que não sai muito, que já não tem encontros românticos a anos, e é muito sozinha. 

Maya, a filha dela, é ausente pra caramba, e toda a família se incomoda com isso. A mãe de Olga até questiona em certo momento, "qual o problema da Maya? Você na idade dela, já estava terminando a faculdade". 

Não foram exatamente essas as palavras, mas o sentido foi esse. E me incomodou ver essa comparação, e quase senti certa identificação com a Maya, por ser julgada por estar vivendo a vida dela, por não corresponder às expectativas dos parentes, até que vemos flashes dela no início do filme bebendo, dançando e me pareceu alguém despreocupada, que gosta de curtir e viver loucamente.

Divulgação/Paris Filmes

E nada contra jovens adultos vivendo sem pensar no amanhã e achando que a vida é só farra e festa, mas foi difícil pra mim gostar dessa personagem. 

Olga não gosta de corrupção, e dá pra perceber que é uma mulher séria e responsável. Eu amei ela colocando um cara ridículo no lugar dele logo no início, e foi mais fácil ter uma identificação com ela por essa seriedade, pelo seu comprometimento, preocupação com a filha, mas também uma certa pena por ela estar sozinha e parecer meio triste. E claro que a gente tende a ficar do lado da Olga por ela ser a protagonista, e me veio o pensamento durante o filme sobre como seria se a Maya fosse protagonista e o foco fosse ela, se sentiríamos pena dela também.

Acontece que Maya e Max são ex ficantes, e ela ainda gosta dele e quer reatar. Ele? Está encantado com a juíza responsável pelo caso do seu melhor amigo. Tem uma cena no tribunal em que eles ficam vários momentos se olhando e achei meio forçada essa cena, mas tudo bem.

Tem uma cena no início onde ela se fantasia tendo relações sexuais com ele. Talvez um jovem com tesão fosse achar legal, eu achei desnecessário. Aliás, mesmo sabendo ser um filme erótico, sinto que o filme vai além disso e tem várias camadas emocionais,  que vai além de um casal tendo cenas de sexo na tela e a mulherada (e alguns caras também) assistindo só pra ver "hot". O que, aliás, me deixa meio desapontada, porque provavelmente por conta dessas cenas +18, provavelmente esse filme vai virar mais um de "putaria e erotismo", e acho que ele tem mais profundidade que isso.

Vale a pena assistir ao filme Desejo Proibido?

O filme Desejo Proibido se passa na Polônia, Max é italiano e por algum motivo ele e seu amigo queriam ir pro Brasil a todo custo, e por conta do julgamento desse amigo, não poderiam ir. Honestamente, não fica nítido (pra mim pelo menos não ficou) sobre por qual razão eles queriam tanto ir ao Brasil, o que eles faziam antes, sobre o que foi esse julgamento. 

Só sei que a Olga tem um amigo chamado Ivo que é simplesmente PERFEITO. Ivo e algumas amigas da Olga a levam para uma aventura, pois sentem que ela trabalha muito e precisa relaxar. O que eles dão a ela de presente? Pular de paraquedas. E quem é responsável por segurar ela nesse pulo? Nosso mocinho/protagonista Max.

E aí eles pulam, e quando chegam na praia, na areia, ela vibra nesse momento e o beija. E aí a câmera foca neles se olhando e se tocando e de novo achei meio blé. Mas eles conversando sobre sentimentos, e profissões, achei muito bom.


Divulgação/Paris Filmes

Eles começam a trocar mensagens e o Ivo pega o celular e marca encontro deles sem ela saber, porque ela é insegura demais pra fazer isso. Sim, uma mulher tão confiante e dona de si, com uma trajetória profissional impecável, se sente insegura em convidar um cara pra sair. E tudo vai bem, e parece tão doce, até que... corta pra cena da filha dela, a Maya, numa balada, e perguntando ao amigo do protagonista, "cadê o Max?". E o cara diz, "trepando com a juíza pra ajudar no meu caso". Que merda.

Em vários momentos eu até me esquecia de que o Max era ex da Maya, e toda vez que alguma cena me lembrava disso, eu sentia um choque... 

Maya tem uma personalidade detestável, o típico adolescente que acha que o mundo é injusto e ele é o mais injustiçado de todos. A frase "eu terminei com meu namorado e você só se preocupa se eu larguei a faculdade?" já foi suficiente pra me convencer que ela é uma idiota, que acha que nessa fase da vida, início da vida adulta, vale mais um homem que diploma. Sim, entendo que dói um término, e deve ter sido um baque imenso descobrir que seu ex está com sua mãe, mas a Maya fica tão desagradável, insultando a mãe, chamando ela de velha o tempo todo, acionando gatilhos de diversas inseguranças da Olga que fiquei assim, CHEGA MENINAAAAA, para de sofrer por macho e segue a vida. Mas ok, de novo, dá pra relevar porque né, que situação estranha tudo isso.

O filme é muito bom, você fica tão preso nessa trama toda, que o tempo passa voando e nem se dá conta, sem sombra de dúvidas um dos melhores filmes que assisti recentemente.

Final de Desejo Proibido

Não vou dar muitos detalhes pra não ter grandes spoilers, mas sim, chega um momento em que a Olga descobre tudo. O medo dela de ficar com alguém mais jovem, porque a diferença é de 15 anos, é bem explorado. As mulheres tem essa preocupação, mesmo quando o cara tem a mesma idade que elas, de que um dia irão envelhecer e eles a trocarem por alguém mais jovem (alô Shakira). Imagina um cara mais novo, beeem mais novo?


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Tem um momento em que Olga o questiona, sobre ele querer ter filhos, que algo entre eles só dura no máximo 5 anos, que se ele quisesse ter filhos teria que ser agora, porque depois ela não vai poder mais. E ele tipo, "ótimo, vamos ter nossos gêmeos".

Não ficou nítido pra mim no filme se no início, Max saiu coma Olga realmente por ela ser juíza e isso ajudar o amigo dele, ou se ele realmente gostou dela e a quis conhecer melhor. Acho que rolou um pouco dos dois. Só sei que ele me surpreendeu positivamente, imaginei que ele seria mais um personagem idiota e babaca, mas dava pra sentir nele a vontade de mudar, de amadurecer, de querer algo sério com a Olga, o amor que ele sentia por ela e a decepção e culpa por ter saído com a Maya. Penso que em muitos momentos ele deve ter olhado pra Maya e as atitudes dela, pensando, "nossa, como ela é infantil" e refletido, "nossa, até pouco tempo atrás eu era imaturo assim?".

Maya consegue se redimir até o final, e o diálogo que ela tem com a mãe é de arrepiar. As coisas que ela diz, dói e machuca, mas você consegue entender que era necessário ela dizer tudo isso, do que aconteceu no passado, de como foi ruim e como isso afetou a vida adulta dela. E honestamente? A Olga mereceu ouvir tudo aquilo. Maya precisava de atenção, carinho, de falar e desabafar, de ser ouvida - algo que ela não teve enquanto crescia.


Divulgação/Paris Filmes

No geral, gostei bastante e penso que seria bem legal ter uma continuação com a história da Maya - e quem sabe, aparição de alguns gêmeos por aí?

Um comentário :

  1. Eu concordo um filme bom, que a tempo não aparecia na plataforma. A cena do salto de paraquedas, até os momentos na praia foram muito bem feitas.

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