Mês Nacional | Entrevista Marotos: Uma História


Com o objetivo de trazer mais voz e alcance para artistas nacionais, estamos iniciando nosso Mês Nacional da RJG. Vamos trazer, pelo nosso instagram, entrevistas com pessoas de diversas áreas do mundo da arte e você vai poder conferir mais sobre os artistas aqui no nosso site. Hoje, trazemos a Nathalia Bottino, diretora, produtora e criadora de Marotos: Uma História - uma websérie independente nacional que vai contar a história do sétimo ano dos Marotos em Hogwarts, logo antes da guerra bruxa.

Em seu último ano em Hogwarts, Tiago Potter (17), Sirius Black (18), Remo Lupin (17) e Pedro Pettigrew (17) precisam pensar sobre como será seu futuro após se formarem na Escola de Magia, e ainda lidar com os tempos sombrios da Primeira Guerra Bruxa. De um lado, Dumbledore e a Ordem da Fênix. De outro, Lorde Voldemort e os Comensais da Morte. O que os marotos podem fazer para mudar o rumo dos acontecimentos?


Nathalia desenvolveu o roteiro da websérie ao lado de Flora Martins e Luciana Carvalho. Juntas, elas 
produzem a série com uma equipe dedicada e contam com um elenco incrível para entregar aos 
potterheads tudo o que nós sempre quisemos saber sobre os marotos. Os atores, extremamente talentosos, desenvolveram uma conexão com os personagens que é muito visível não só na tela, mas também nas redes sociais. 

  • Além disso, as locações são fantásticas e te fazem acreditar que estamos realmente em Hogwarts, quando na verdade não saímos do Rio de Janeiro. Sobre a pesquisa para encontrar as locações adequadas, Nath comentou que a conta de @marotosumahistoria no instagram traz posts sobre esses locais de gravação como forma de agradecimento, para que as pessoas se interessem em conhecer. 
Quem aí já quer um tour pelas locações de marotos aqui no Rio?? Ela também contou que precisaram
fazer uma pesquisa extensa e entrar em contato com diversos lugares que, muitas vezes, acabam 
não dando as melhores condições.

N: Tem vários lugares que não responderam a gente ou responderam e falaram, “olha, a gente cobra 
4mil reais”... Quando eles falam isso a gente fica sem saber o que responder, porque somos uma produção independente, sem dinheiro. Mas graças a Deus, a gente conseguiu achar locações muito parceiras, tipo o Jockey Club que está conosco desde o episódio um, a gente gravou agora no forte São João lá na Urca… A nossa equipe de produção está arrasando pra conseguir essa locações pra gente. 



  • Ainda sobre as dificuldades de produzir uma websérie independente, perguntamos como ela enfrenta a falta de incentivo à cultura no Brasil. 

N: Olha, essa pergunta é difícil. Cara, a gente em Marotos já passou por tanto perrengue, Clara, você 
não tem noção. O primeiro perrengue foi: A gente tava fazendo o financiamento coletivo no Catarse e 
aí descobrimos que a Warner não deixa, perdemos o dinheiro de lá. Depois começamos a gravar, fomos assaltados, perdemos todo o material e equipamento. E, não sei da onde, a gente arranja uma 
força de vontade pra continuar. Acho que vem muito do amor pela história que eu, a Lu e a Flora temos, e a equipe toda consegue ver esse amor e essa vontade. O roteiro, por ser bom, também inspirou as pessoas da equipe e acho que também a família que a gente construiu em Marotos. 

Rola esse apoio porque, cara, toda gravação com essas pessoas é muito engraçada, eu acordo 6 horas da
manhã pra gravar feliz porque é muito gostoso, mas é muito difícil fazer sem dinheiro. 
Lançamos a #salvemosmarotos porque a gente estava sem dinheiro e colocamos a meta de 4 
mil reais, mas só conseguimos 2 mil. A gente entende que os fãs não tem dinheiro pra doar, mas a gente também precisa do dinheiro pra fazer as coisas, então estamos pensando em outras formas de conseguir o dinheiro sem ser por doação. 

Por exemplo a Flora lançou a lojinha em reais, com várias artes lindas inclusive, então a pessoa doa para ajudar a série mas ganha algo em troca, a gente faz os sorteios, as chamadas de vídeo exclusivas. Mas é complicado, por isso que a gente tá sempre se adaptando a nossa realidade, entendendo até onde a gente pode ir, se adaptar às condições que a gente tem e tentar conseguir fazer a série.

  • Existem muitas etapas e pré-requisitos no processo de produzir conteúdo audiovisual, principalmente algo com qualidade. Para aqueles que não entendem como se dá esse processo de gravação e porque é necessário tanto dinheiro, a Nath explicou um pouco do que acontece na pré e na pós produção.


N: Todos os roteiros já estão escritos. Quando eu falo de adaptar é mudar alguma cena, e também tem a 
ver com a produção, porque às vezes eles vão falar “não achamos essa locação, essa cena tem que 
ser nesse lugar?”; A gente fala tem, tem que ser por isso ou não, tudo bem, vamos mudar, mas enfim, 
a gente altera o que tiver que alterar e manda pra equipe, e aí tem uma análise técnica de tudo isso para ver o que é necessário pra cada cena, de artes, de fotografia, de som, de figurino.... Aí a produção vê as locações. Às vezes, a gente tem que adaptar a decupagem de acordo com a locação, porque às vezes a gente se imaginou gravando num determinado espaço, mas aí o espaço que a gente acha é bem menor ou bem maior. Pra marcar uma diária a gente tem que ver se a locação pode, se a equipe pode e se o elenco pode, é muito difícil conciliar esses horários. 

Aí marcamos finalmente, e depois de gravar passamos isso para o HD e passa para equipe de pós, que 
começa a montagem da cena. Se precisar de efeitos vai para efeitos, depois cor, depois som e depois faz a mixagem com a trilha. Esse processo de pós demora um pouco, e aí é isso, o episódio fica pronto. 





  • Falamos também dos fãs da série e de como os Marotos foram recebidos. Com muito carinho e  fanclubs, a equipe tem se sentido acolhida pelo público e feito diversas chamadas de vídeo exclusivas e lives pelo perfil do instagram, que  nos reconfortam enquanto esperamos ansiosos pelo terceiro episódio. Marotos: Uma História constrói personagens muito fiéis ao nosso imaginário através de diálogos fluidos e um enredo intrigante. Ela é tudo o que nós sempre pedimos: uma história dos marotos. Ao perguntarmos se Nath cogita uma segunda websérie ela disse que pensa em algo autoral.

N: Eu quero fazer outros projetos, mas algo autoral. Já é difícil fazer uma websérie de HP no brasil sem dinheiro aí fazer outra? Eu amo esse universo, mas não dá. Sem dinheiro, sem forma de rentabilizar e pagar as pessoas, porque as pessoas estão fazendo tudo no amor. Na real, a gente paga para trabalhar. Então, assim não dá, eu fico meio mal de não conseguir pagar, todos são muito talentosos. Acho que essa fase da minha vida já passou.


É claro que já estamos loucos para ver muitos trabalhos da Nathalia nos cinemas, e ainda 
queremos ver muito dos Marotos (eu disse pra ela que acho que podiam ter 5 temporadas!). 

Para conferir o restante das perguntas e saber mais sobre Marotos, confira nosso post no 
instagram clicando AQUI.

Abaixo você confere o trailer da websérie.



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