Resenha: Questão de Tempo (About Time)



No filme Questão de Tempo (About Time), temos como protagonista Tim Lake (Domhnall Gleeson), um jovem sonhador e discreto que só quer encontrar o amor de sua vida. Logo no início da trama, seu pai revela que o jovem descende de uma família de viajantes no tempo, bastando entrar em um armário, fechar as mãos e pensar no exato momento do tempo para ao qual quer voltar e, pronto, estará lá. Dentro dessas viagens, Lake toma ciência da existência de uma regra fundamental: não é possível ir a um futuro em que nunca antes se esteve.

Ao testar a habilidade, tudo ocorre de acordo com o planejado. No entanto, como qualquer pessoa inexperiente no assunto, ele descobre que voltar ao passado diversas vezes não é o bastante para fazer uma pessoa amá-lo, pelo menos não a pessoa certa.

Com o desenrolar da história e, após alguns desencontros, o jovem alcança seu objetivo amoroso ao conhecer a encantadora Mary (Rachel McAdams). Assim, o filme, que antes carregava a estética de romance clichê, toma outro rumo. Uma nova ótica passa a ser apresentada e não só valores morais como a relação entre pai e filho são vistos como prioridade na vida de Tim, como também o amor do cônjuge, dos irmãos e dos amigos.

Nesse ponto que se inicia o caminho do nosso protagonista. As escolhas de amores diferentes versus as consequências dessas escolhas.

Já casado com Mary e pai de Posy, uma menininha ruiva; Kit Kat (Lydia Wilson), irmã de Tim, sofre um acidente de carro. Instintivamente, ele volta no tempo para evitar o desastre. Ao retornar ao presente, ele percebe que é pai de uma criança completamente diferente. Ao consultar seu pai, uma nova regra vem à tona: “A cada vez que você modificar alguma coisa no passado, terá um filho diferente". A nova regra gera um grande conflito em Tim: salvo minha irmã e me acostumo com um filho diferente ou tenho Posy de volta e Kit Kat sofre o acidente?

Essa não é a última escolha difícil que terá que fazer. Já perto do término da trama, o protagonista lida com o fato de ter que escolher entre o desapego ao passado e suas novas possibilidades com o futuro.

O roteiro de Richard Curtis emociona ao usar o tom sentimental sem exageros e tocar fundo em questões as quais, se não iguais, são muito parecidas às vividas pelo espectador. Mesmo com algumas escorregadas no ir e vir temporal, Questão de Tempo deixa um ar reflexivo no público, trazendo a ideia de que devemos valorizar coisas realmente essenciais, ligadas ao sentimental, não ao material.

“Viva cada momento como se fosse o último, aprecie as menores coisas da vida e não será necessário refazer nada”.

Quer receber nossa revista online e totalmente gratuita? Clique aqui.

Postar um comentário