Resenha Onisciente: Sucessora de 3%?

No dia 29 de janeiro estreou na Netflix a nova série brasileira do catálogo: Onisciente.
Criada por Pedro Aguilera e com a produção da Boutique Filmes, de Tiago Mello, os mesmos da já conhecida 3% - que inclusive vai receber a última temporada ainda em 2020.
O elenco conta com Carla Salle, Sandra Corveloni, Guilherme Prates, Jonathan Haagensen, Luana Tanaka, Marcelo Airoldi e muitos outros.
A série se passa em um futuro próximo e distópico, onde todos os cidadãos da cidade São Paulo são monitorados 24h por dia através de microdrones, que foram criados pela empresa Onisciente. Todo o sistema foi implantado a fim de diminuir a criminalidade - que já foi levada a praticamente zero -, o drone alerta assim que o crime acontece e logo depois a pessoa vai a julgamento e dessa forma segue igual as nossas leis atuais. Ninguém humano tem acesso às imagens do sistema, ele é super protegido.
Temos a personagem Nina, que nasceu e cresceu dentro desse novo sistema. Seu pai, já aposentado, trabalhou na Onisciente quando ainda era uma startup. Vivem ela, o irmão - Daniel - e o pai - Inácio - num apartamento. Nina é uma das trainees da Onisciente e o seu sonho é trabalhar lá, programando e melhorando cada vez mais o sistema, que dizem nunca falhar. Só que ai... Ele falha!
Assim que os filhos saem de casa, o pai é assassinado. Porém, o sistema não detecta e só vão descobrir quando Nina chega em casa e encontra o pai em uma poça de sangue. A polícia deixa por isso mesmo e até acoberta o caso, e é ai que começa a saga da história: Nina vai fazer de tudo para descobrir quem foi que matou seu pai.


Não quero dar muitos spoilers, mas a garota vai encontrando brechas dentro do sistema para que ela possa fazer a investigação, já que tem que fazer coisas “ilegais” para tal. Primeiro ela tem que ter acesso ao sistema para ver as benditas imagens e é uma saga para conseguir. A série é bem interessante pois queremos ver como esse novo mundo funciona e como é também do lado de fora da cidade, onde o sistema não existe e essa diferença é gritante. Nina se coloca em risco para fazer a investigação e conforme a série passa a gente vai ficando mais ansioso e nervoso para saber o que aconteceu e por que não houve o flagrante do crime.
É impressionante também o quanto Nina é inteligente. Ela é programadora, trabalha para a empresa que comanda o sistema, então para ela hackear é relativamente fácil, mas com muitas etapas. Até conta com a ajuda do irmão em alguns momentos, é algo dos dois, mas ele acaba mais atrapalhando do que ajudando mesmo. E no finalzinho da temporada acontece uma reviravolta, mas não vou contar porque pode estragar a experiência.
Onisciente é mais uma surpresa nacional dentro da plataforma. Uma série bem feita e repleta de personagens bem desenvolvidos e uma história que te prende desde o primeiro episódio.
Mas, respondendo a pergunta da postagem: Ela é sucessora de 3%?
Creio que essa pergunta venha justamente por serem os mesmos produtores, ser também com um cenário distópico, mas a série tem suas próprias nuances e características. O mundo de Onisciente é bem mais parecido e bem mais próximo ao nosso, o tempo em que se passa é um futuro não tão distante assim em relação a atualidade, diferente de 3% que parece ter um salto bem maior no tempo. Os produtores arriscaram em algo totalmente novo, mas que de certa forma ainda remete a produção anterior, mas não que isso seja um ponto ruim. E dá muito para enxergar talvez o nosso futuro através do que acontece dentro da série.
Vale a pena dar uma conferida se você procura mais uma produção nacional de ótima qualidade.


Postar um comentário