Crítica: Homem Aranha: Longe de Casa (com spoilers).


Vocês nem imaginam o quanto esse filme iludiu todo mundo, sério, aquele trailer foi como uma armadilha, e todo mundo caiu direitinho. Mas apesar disso, o rumo que o longa tomou, um diferente do que pensávamos, foi muito bem desenvolvido e agradou aos espectadores, bom, pelo menos a maioria deles. 

Peter Parker só quer tirar umas férias e tentar conquistar a garota que ele gosta, é pedir muito? Aparentemente sim, já que Nick Fury o convoca, no meio de sua viagem, para uma missão muito importante, que consiste em derrotar os elementares, monstros míticos que vieram do multiverso de onde também veio Mystério, mas iremos falar disso mais para a frente. 

É muito legal o começo do filme, com as explicações sobre os eventos de Vingadores: Ultimato, e com a apresentação de um Peter cansado e ainda em luto, que só quer tirar uma folga e arranjar coragem para falar com a garota que gosta, a MJ. É interessante esse começo porque ele mostra os conflitos do protagonista e seu lado mais humano e adolescente. 

Quando ele é convocado por Fury, ele tenta recusar, pois ele só quer curtir com os amigos, dar um tempo na coisa de herói, mas após ele ver a gravidade do problema (os elementares), ele decide ajudar Nick e o misterioso Mystério (desculpa a piadinha), um suposto herói que veio de um outro multiverso onde esses elementares já tinham aparecido e destruído tudo pelo caminho. 

A história inicial do Mystério convence e é bem estruturada, até ele conseguir o que ele quer, a Edith, uma inteligência artificial feita por Tony Stark, um presente dele para o amigo da vizinhança. Acontece que Peter não se sente merecedor do presente, por achar que nunca será como o Stark, por isso ele o dá para o Mystério, pois acha que ele pode ser o novo Homem de Ferro que o mundo precisa. 

É aí que tudo desaba e a ilusão acaba. Mystério, ou Quentin Beck, se mostra como o vilão (o que já sabíamos), e desvenda a história dos elementares: era tudo uma farsa. Isso mesmo, uma farsa criada com tecnologia Stark. Não existem elementares, ou multiversos, só um bando de ex-funcionários das empresas Stark que querem dar um novo herói ao mundo através de suas tecnologias ilusórias. Pois é, fomos todos enganados, o Mystério nem tem poderes de verdade! 

Até aí você pode achar que o filme desandou e não conseguiu desenvolver bem seu enredo depois disso, não é? Pois foi exatamente isso que tornou o filme tão interessante. Esse plot foi além do surpreendente, foi certo, foi o que o filme precisava. Foi isso que deixou o longa com ar de Homem Aranha, entendem? 

Tom Holland também contribuiu para isso, interpretando perfeitamente seu papel, mostrando um Peter confuso, triste e sem saber quem realmente é, o que pode ter sido confundido com falta de personalidade, mas que era na verdade a construção dessa. Jake Gyllenhaal estava igualmente bem em seu papel, transmitindo muito bem os conflitos e as motivações de seu personagem, que conseguiu enganar todos do filme, incluindo o Fury (e até eu um pouquinho). 


O longa ainda trouxe duas cenas pós-créditos que são bastante chocantes e esclarecedoras, de certa forma. Na primeira, após Peter dar uma volta com MJ, Quentin Beck retorna em um telão bem no centro da cidade, onde se encontram o herói e sua namorada, e revela a verdadeira identidade do Homem Aranha. Além disso, depois da mensagem do Mystério, é mostrado o diretor do jornal Clarín diário, J. Jonah Jameson, que para alegria de toda a nação, é interpretado por JK Simmons, que volta ao papel após os filmes da trilogia de Sam Raimi.  


A segunda cena pós créditos é aquela que eu chamei de esclarecedora. A cena mostra Nick Fury e Maria Hill se transformando em Skrulls. Considero essa cena esclarecedora, pois desde o início eu achei que o Fury e a Hill estavam diferentes, não pareciam os mesmos dos outros filmes. Nick é na verdade Talos e isso nos faz pensar que pode haver outros Skrulls infiltrados na terra. A Marvel estaria preparando o terreno para a adaptação de Invasão Secreta? Vai saber.  

Enfim, esse filme é maravilhoso, tem uma pegada adolescente perfeita para o personagem principal, tem um enredo incrível, personagens incríveis e é um ótimo desfecho para Vingadores: Ultimato. Quem não assistiu ainda deveria assistir. 

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