Epopeia Games/Divulgação |
Gaucho and the Grassland, título independente do Epopeia Games - estúdio brasileiro, é um jogo roguelite de aventura e simulação de fazenda, onde você vive um Gaúcho (está no nome, eu sei) que tem como objetivo proteger e preservar os pampas. Ele tem uma proposta que mistura gerenciamento de recursos no estilo "Cozy Farming" com aventuras místicas e muito folclore. Gaúcho consegue misturar com maestria o melhor de Zelda, Stardew Valley e Animal Crossing, sem jamais perder sua identidade.
Ficha Técnica:
Desenvolvimento: Epopeia Games
Distribuição: Epopeia Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Simulador, Aventura, Casual
Idioma: Português, Inglês, Espanhol, Português (Portugal)
Plataformas: PC
Uma aventura encantadora entre o campo, o folclore e o coração.
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Inspirado por grandes nomes como The Legend of Zelda, Animal Crossing e Stardew Valley, Gaucho and the Grassland se encaixa perfeitamente na crescente onda de jogos de conforto — os chamados "cozy games". Mas não se engane: por trás da atmosfera acolhedora e das mecânicas clássicas de cultivo, pesca, pecuária e coleta de recursos, há um projeto ambicioso e cheio de identidade.
Ao invés de apenas replicar fórmulas consagradas, o game entrega algo único: uma vivência rica em valores comunitários, conectada com o ambiente natural e com os mitos do folclore brasileiro. O resultado é uma experiência que acalma, sim, mas que também provoca um senso de pertencimento raro no cenário dos games.
Você precisa salvar sua terra, e restaurar a fazenda de seu falecido pai, — que aparece e te guia como um fantasma — te deixando a missão de ser o guardião dos Pampas, o protetor daquela gente e de seu folclore. Mas não se preocupe porque você conta com a ajuda do seu cavalo, e de seu amigo cão, que tem um faro super apurado e sempre acha recursos pra você, como sucata e argila, te ajudando a não apenas salvar os moradores dos Pampas, como até mesmo personalizar sua casa — sim, você pode fazer ela do jeitinho que quiser. — E desbloqueia novas decorações e construções para crescer ainda mais, e consequentemente, ajudar ainda mais.
Dublagem: quando a voz carrega o mundo.
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A dublagem brasileira é um show à parte. Os personagens ganham vida com vozes simples sim, mas que carregam aquele gostinho do Brasil — aquele tio do interior, a vizinha que fica na pracinha. As falas não apenas representam, mas humanizam cada figura do jogo, me fazendo dar risada a cada vez que ouvia alguma fala, não por ser engraçado — o que às vezes era — mas por poder nos enxergar ali, nas palavras que conhecemos, que ouvimos no nosso dia a dia e carregamos com nosso sotaque. Em um mercado em que majoritariamente o inglês predomina, às vezes com dublagem para português — o que está aumentando, obrigada. — , ouvir um personagem dizer que vai tomar um “mate bem amaaargo”, é um respiro de autenticidade.
Jogabilidade fluida e um mundo que convida à descoberta.
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A mecânica de jogo é intuitiva, fluida e recompensadora. As tarefas do dia a dia, são equilibradas com missões de exploração, combate e auxílio à comunidade. Seu objetivo é proteger os Pampas e seus habitantes, sejam eles pessoas ou os animais e suas florestas. Seja apagando incêndios ou trazendo mais vaquinhas para a vila. A progressão é suave, mas nunca rasa: a cada novo desafio, novas áreas, recursos e histórias se revelam.
Entre um dia e outro, o jogo te incentiva a explorar o vasto campo do “grassland”, conhecendo seus habitantes, suas histórias e como todos se conectam — e, principalmente, seus mistérios folclóricos. Enfrentar criaturas como o Boitatá, por exemplo, não é apenas uma batalha — é uma imersão simbólica no imaginário coletivo brasileiro, que o jogo trata com respeito e encanto. Você não só joga, você aprende, se reconhece e valoriza.
Imagina você chegar em uma área nova e saber que aquela cobra de fogo gigante que está causando o maior caos, vai ter que ser expulso dali por você. E aquela cobra não é qualquer coisa não, é O Boitatá, é da sua história, do seu folclore, você aprendeu sobre ele. É algo que você reconhece da sua cultura, e dá aquele aquecido no coração de orgulho.
Arte e ambientação.
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Visualmente, Gaucho and the Grassland é um deleite. Aquela estética animal crossing é um charme, com as árvores bem redondinhas e fofas — com a flora inspirada nos Pampas. Os personagens cabeçudos correndo desengonçados por aí, as animações simples mas fluidas em união com as cores quentes, seja no amanhecer ou no entardecer, tudo deixa os cenários lindinhos, e dá uma tranquilidade ao jogar. E não só a flora, mas a fauna também, andando pelo pasto e rios é possível achar além do gado, capivaras — SIM CAPIVARINHAS — sapinhos e até saruês. A música de fundo é suave e tradicional do Sul do Brasil, embalando a jogatina e se amarrando com perfeição.
Além de tudo isso, você ainda pode contemplar a paisagem tomando um chimarrão e fazendo um churrasco! E claro, pescar — todo jogo bom tem pesca.
Quando jogar é também se reconhecer na própria cultura
Gaucho and the Grassland é uma joia para os jogos. Um título que mistura o melhor do farming com uma narrativa rica em cultura e significado, equilibrando conforto com desafio, e entretenimento com profundidade. Mais do que um jogo, é um lembrete de que há beleza no cotidiano, magia nas nossas tradições e muito potencial nos nossos criadores.
Imperdível para fãs de cozy games, cultura brasileira, folclore e narrativas com alma.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Gabriel Galdino
Nota Final: 9,5/10
Prós:
✔️ Dublagem Brasileira - Não preciso dizer mais nada
✔️ Sistema de Progressão
✔️ Visual Encantador
✔️ Representatividade
✔️ Customização
Contras:
❌ Missões um pouco repetitivas com o tempo
❌ Falta de orientação em certos momentos
❌ Sem multiplayer
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