Review - The Book of AARU (PC) - Beleza e Ambição em Conflito com Combate Frustrante


The Book of Aaru, título independente do Amenti Studio, é um jogo que despertou meu interesse logo de cara. Misturando mitologia egípcia com uma estética sci-fi, o game apresenta uma proposta ousada e promissora — lembrando, em essência, o que Hades fez com a mitologia grega (um dos meus jogos preferidos). Aqui, divindades como Anúbis e Ísis ganham roupagens futuristas em um universo repleto de mistério, combate e narrativa simbólica. A ambientação é, sem dúvidas, o grande destaque: rica em conceito, original na execução e com identidade visual marcante.

Contudo, apesar da ideia instigante, a execução ainda deixa a desejar — especialmente no aspecto técnico e na fluidez da jogabilidade.

Ficha Técnica:

Desenvolvimento: Amenti Studio

Distribuição: Amenti Studio

Jogadores: 1 (local)
Gênero: Roguelike
Idioma: Português, Inglês, Francês, Italiano entre outros.

Plataformas: PC


Amenti Studio/Divulgação

Uma história misteriosa nas areias do tempo

No papel da destemida exploradora Emily Sands, desaparecida em 1926 durante a busca pelo templo de Osíris, o jogador é lançado em um mundo onde a mitologia se funde à ficção científica. Amaldiçoada e despojada de sua humanidade, Emily deve atravessar masmorras repletas de armadilhas engenhosas, desafios imprevisíveis e combates intensos, em busca de respostas e redenção. O cenário, montado com capricho, é visualmente cativante e ambientado com marcos distintos em cada área — o que reforça a sensação de estar explorando um verdadeiro mundo perdido.

Amenti Studio/Divulgação

Conceito brilhante, combate travado

A proposta de The Book of Aaru é recheada de sistemas interessantes: duas armas equipáveis com ataques em cadeia, finalizações espetaculares, glifos para upgrades, power-ups fabricáveis, e até uma mecânica de distorção do tempo, que transforma momentos de perigo em oportunidades ofensivas. A meta-progressão ativa incentiva a iniciativa do jogador, não apenas a conclusão de fases, e há um sistema de escolha de rotas — entre caminhos seguros ou arriscados, com recompensas proporcionais ao desafio.

Amenti Studio/Divulgação

Infelizmente, apesar de toda essa profundidade mecânica, a execução do combate não acompanha a ambição do design. Os movimentos são travados, pouco responsivos e, muitas vezes, os ataques não atingem corretamente os alvos, seja por problemas de mira ou colisão. Jogar com controle oferece uma experiência levemente melhor do que com teclado e mouse, mas ainda assim o sentimento é de que falta refinamento no controle do personagem — algo essencial em um gênero que exige reflexos rápidos e precisão.

Amenti Studio/Divulgação

Um mundo procedural que encanta e desafia

A cada partida, o jogo gera novas combinações de salas, inimigos e armadilhas, mantendo a sensação de novidade constante. Os calabouços são compostos por cenas desenhadas à mão, o que garante personalidade a cada etapa.

Amenti Studio/Divulgação

Veredito

The Book of Aaru é uma obra ousada, cheia de personalidade, que claramente mira alto em termos de estética, ambientação e complexidade. Seu universo sci-fi-mitológico é encantador, e os sistemas de jogo têm profundidade para atrair tanto iniciantes quanto veteranos do gênero rogue-lite. No entanto, os problemas na fluidez da movimentação e na precisão dos combates acabam frustrando o jogador (como me frustrou diversas vezes), impedindo que a experiência atinja todo o seu potencial.

Com atualizações e polimentos, Aaru pode vir a se tornar impecável. Mas, por enquanto, permanece como uma obra visualmente fascinante e conceitualmente rica, que ainda busca encontrar sua forma ideal.



Cópia de PC cedida pelos produtores

Revisão: Gabriel Galdino

Nota Final: 6,5/10

Pontos Positivos:

✔️ Visual Estilizado

✔️ Sistema de Progressão

✔️ Mecânicas Interessantes de Combate e Tempo

✔️ Customização


Pontos Negativos:

❌ Movimentação Travada e Pouco Fluida

❌ Colisão nos Ataques

❌ Experiência com Teclado e Mouse Inferior


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