Resenha literária: O Inimigo de Sharpe | Editora Record

 


Ficha técnica

Título: O Inimigo de Sharpe

Título original: Sharpe's Enemy

Autor: Bernard Cornwell

Número de Páginas: 378

Ano de Publicação: primeira publicação: janeiro de 1984, mas o volume (que foi lido para essa resenha) foi publicado em março de 2023

Sinopse

"Oito de dezembro de 1812, o Dia do Milagre em Adrados. Um dia em que o pequeno vilarejo isolado no meio das montanhas na fronteira entre Portugal e Espanha recebe várias mulheres que buscam o milagre da Virgem em seu convento. Oito de dezembro de 1812, o dia em que um grupo de desertores de todos os Exércitos da Guerra Peninsular invade o povoado de Adrados, liderado pelo marechal Pot-au-Feu. Eles matam grande parte dos residentes, mas poupam algumas mulheres que faziam a peregrinação, entre elas Lady Farthingdale e madame Dubreton.

Com isso, o general de divisão Nairn ordena que Richard Sharpe, recém-promovido a major, leve o resgate pedido em troca de Lady Farthingdale, esposa de Sir Augustus Farthingdale, proeminente figura do Exército britânico. Ao chegar a Adrados, Sharpe encontra o coronel francês Dubreton e seu sargento em uma missão similar, para pagar o resgate por madame Dubreton. Quando encontram o “marechal” Pot-au-Feu, entretanto, Sharpe fica atônito ao descobrir que seu “coronel” é ninguém menos que Obadiah Hakeswill, um inimigo implacável do soldado inglês desde o início de sua carreira militar.

Mas o resgate é só um dos problemas de Sharpe, pois uma ameaça muito maior paira sobre ele. Auxiliado apenas por sua própria companhia e pela incompetente Tropa de Foguetes, Sharpe não pode sequer conceber a ideia de derrota. Porque qualquer resultado que não fosse uma vitória significaria o fim da guerra para os ingleses.

O inimigo de Sharpe é um dos capítulos mais dramáticos dessa série épica de Bernard Cornwell que acompanha esse soldado inglês nascido e criado nas ruas até sua ascensão como uma peça fundamental do Exército britânico na luta contra a tirania de Napoleão. Com cenas de batalha inesquecíveis, é um livro indispensável para fãs de boas aventuras."

Resenha

Recebemos alguns livros da Editora Record e, dentre eles, estava essa obra de Bernard Cornwell que envolve guerra, ficção histórica, aventura e ação. 

Confesso que não tenho muito contato com a literatura dos gêneros abordados no livro, mas achei 'O Inimigo de Sharpe' uma história muito bem construída. 

O livro faz parte da trilogia 'As Aventuras de Sharpe', e, mesmo não tendo lido os livros que antecedem o volume em questão, consegui ter uma ótima interpretação sobre Sharpe, o personagem principal, e do contexto temporal que o autor buscou trazer para dar continuidade às aventuras da trilogia.

Cornwell buscou retratar Sharpe como um herói muito humanizado e acessível: ele possui uma história de vida triste e humilde: foi abandonado quando nasceu, precisou sobreviver nas ruas da Inglaterra e lutou muito para conquistar o seu posto como major. Sharpe trata todas as pessoas muito bem, se preocupa com todos os soldados que estão em qualquer patente, ele gosta de assumir responsabilidades e de lidar com tudo que puder ajudar ou não. Além disso, ele é muito amigo de seus companheiros e não gosta de perder nenhuma batalha.

Simultaneamente, Sharpe é implacável: tem ideias brilhantes para a defesa e ataque de sua tropa de guerra, arquiteta ideias surpreendentes que colocam não somente os seus rivais surpresos, como também desperta esse sentimento nos leitores. Ele parece ser "invencível".

Imagino que a humanização do herói atrelada à sua inteligência cativa muito os leitores, gerando uma relação de admiração, comoção e suprindo as expectativas do nosso imaginário. Cornwell também conta no epílogo que misturou acontecimentos reais com ficcionais na obra, o que é bastante interessante e curioso.

'O Inimigo de Sharpe' traz cenas fortes de guerra e o escritor soube explorar muito bem a descrição das lutas, dos cenários, das mortes e dos diálogos. Também achei legal ele ter incluído um pouco (bem pouco) de romance na obra. 

Em contraposição, acredito que a história não buscou se aprofundar muito na construção e desenvolvimento dos personagens. Eles "permanecem" sendo quem são do começo ao fim da narrativa... 

Cornwell sem dúvidas fará a sua mente viajar e o livro irá brilhar os olhos dos leitores que gostam de aventura, guerra e ficção histórica, com descrições muito detalhadas de cada cena. 




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