Conheça um pouco sobre o universo imaginário do RPG



Role-playing game, também conhecido como RPG, é um tipo de jogo em que os jogadores assumem papéis de personagens e criam narrativas seguindo regras predeterminadas, as quais variam de acordo com cada partida. O primeiro registro oficial surgiu no ano de 1974, tendo como lançamento “Dungeons & Dragons”, desenvolvido por Gary Gygax e Dave Arneson. Nas partidas, os participantes podem improvisar livremente dentro da história e suas escolhas determinarão o rumo que a trama irá tomar. A dinâmica tende a ser mais colaborativa do que competitiva, já que os usuários formam times que se aventuram dentro do enredo criado. Um RPG alimenta a imaginação e a criatividade, além de estimular a prática de leitura, as habilidades de ficção e a interação social sem limitar o comportamento do jogador a um enredo específico. Consequentemente, a experiência costuma ser prazerosa.

Existem várias formas de RPG. A original, às vezes chamada de RPG de mesa, é conduzida por meio do debate, enquanto que, no LARP, os indivíduos executam fisicamente as ações de seus personagens. Em ambos, um arranjador chamado de “mestre de jogo”, geralmente decide as regras e as configurações a serem tomadas, atuando, portanto, como um árbitro, na medida em que cada um dos outros desempenha o papel de um único personagem. Curiosamente, há também uma variação do RPG chamada de “livro-jogo” que contém aventuras solo, ou seja, aquelas que podem ser jogadas sozinho, tornando-se uma alternativa ao RPG de mesa, no qual é necessário um grupo para sua execução.


É importante ressaltar que em um jogo de RPG, cada um tem grande liberdade para criar o seu personagem e interpretá-lo de forma pessoal, mas sempre seguindo as limitações impostas pelas normas estabelecidas. Na partida, a moral e as atitudes pessoais gerais de um personagem ou criatura são representadas por seu alinhamento. São nove tendências possíveis decorrentes do posicionamento da personalidade diante de duas dualidades descritas abaixo, podendo também ser neutro. Assim, chegamos a 9 combinações possíveis: cruzado (ordeiro e bom), juiz (ordeiro e neutro), dominador (ordeiro e mau); benfeitor (neutro e bom), indeciso (neutro), malfeitor (neutro e mau); rebelde (caótico e bom), espírito livre (caótico e neutro) e destruidor (caótico e mau). Logo, o participante pode improvisar livremente, contanto que respeite a tendência do personagem. Algumas regras permitem realismo e outras liberam os parâmetros de ficção, porém o que é que um personagem pode ou não fazer? O primeiro ponto importante é: o personagem tem os seus próprios conhecimentos que nem sempre coincidem com os do seu usuário. Exemplificando: um participante sabe que determinada porta da fortaleza só pode ser aberta com o uso de uma certa alavanca escondida, mas se o personagem não souber disso, ele não poderia abri-la sem que tenha acesso a essa informação diretamente na trama.

O avatar, depois de criado, tem suas próprias peculiaridades, características e habilidades que devem ser respeitadas... Interessante, não?

Desde os anos 80, o RPG de mesa vem se popularizando (principalmente entre o público nerd) e, com o passar dos anos, novos sistemas foram surgindo, com cenários e regras diferentes. É possível encontrar estéticas para todos os gostos, sejam elas futuristas, medievais, arcaicas ou, até mesmo, espaciais! Agora que já sabem o básico desse mundo cativante, deixaremos uma lista interessante para que possam se divertir:

Dungeons & Dragons: Na sua versão inicial, em 1974, bastava o livro das regras, material de anotação, dados e fichas dos personagens para jogar. Com o passar dos anos, o jogo foi evoluindo, novas peças foram incrementadas e, hoje em dia, é possível até jogá-lo online! As batalhas envolvem os jogadores em um contexto de muita fantasia e aventura! O cenário é típico de um conto medieval, com direito a guerreiros bárbaros, feitiçaria, castelos e seres mitológicos.

Shadowrun: Sua primeira edição foi lançada nos Estados Unidos em 1989, pela editora FASA, todavia o jogo só chegou ao Brasil em meados de 1995. Ele nada mais é do que figuração de um mundo futuro, um verdadeiro embate entre guerra cibernética e magia! Sua história fascina tanto pela junção de personagens de contos medievais, quanto pela sinergia com elfos e ogros com cyborgs e seres humanos. Os autores nomearam o game como cyberpunk e magia, sendo jogado no sistema d6 (dado de seis faces) e possui características clássicas de atributos, habilidades e magias. Em 2009, foi lançada uma versão comemorativa dos seus 20 anos de existência. Atualmente, encontra-se na 5ª edição.

Tormenta:Certamente, esse é o RPG de mesa nacional mais conhecido! Um brasileiro que compete sem medo com os rivais estrangeiros. Seu livro de regras é denso, são mais de 300 páginas com destaque para o bom uso das cores. Teve influência de outros RPGs de mesa como Dungeons & Dragons e Star Wars. Tormenta é pura aventura e conta com um cenário recheado de dragões, criaturas malignas, lordes, rituais místicos e heróis. Foi criado por vários autores, mas encabeçado por Marcelo Cassaro que o lançou em 1999.

CyberPunk 2020: desenvolvido no início dos anos 90 pela "R. Talsorian Jogos", ele projeta, com tons de profecias, a civilização no ano de 2020. A trama conta com um cenário de cidades controladas por milícias e corporações, armas modernas, tecnologia e crimes cibernéticos! No geral, o CyberPunk problematiza a condição de uma sociedade altamente tecnológica, mas com baixa qualidade de vida. Esse RPG é jogado com o sistema d10 (dado de 10 faces) e considerado de fácil compreensão. Após dominar as regras gerais, o mestre pode fazer adaptações para 30 anos a mais (2050), ou seja, mexer na sua linha do tempo.

Call Of Cthulhu: Baseado nas histórias de terror de H.P. Lovecraft, esse jogo sinistro é reconhecido por explorar o medo do desconhecido. Nele, não há nada de cyberpunks ou figuras medievais, mas é repleto de crimes intrigantes, ambientados em 1917 e envolvendo um clima de muita investigação com cenários surreais. Sua edição inicial foi lançada em 1981 pela Chaousim Games, a mesma do RuneQuest. Desde então, 15 edições já foram publicadas, mas o game só chegou ao Brasil neste ano pela editora Terra Icognita, a qual conseguiu a grana para trazer o jogo com crowdfunding. Legal, não é?

Agora, basta reunir os camaradas e lançar os dados. Esperamos que tenham gostado e até a próxima!

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